Desde que tive contato com uma organização não governamental, passei a observar os movimentos chamados de "terceiro setor" ou "organizações da sociedade civil" com outros olhos. Foram dois anos de aprendizado, e muito do conhecimento adquiri também na faculdade. Graças ao empenho e proximidade ao tema da professora que orientou dois dos meus trabalhos.
No primeiro momento pensei que contribuía muito pouco, cheguei a pensar que não fazia diferença. Veio a primeira lição: percebi o quanto estava errada, que não precisava fazer tudo, nem conseguiria, precisava apenas fazer efetivamente a minha parte.
Depois passei a perceber a carência de profissionais neste campo, e de como as ONGs se atrapalham para desempenhar os seus trabalhos de forma eficaz. Normalmente por falta de "braços", de comprometimento dos ditos voluntários, ou pela briga de egos que acontece neste meio. E é justamente neste ponto tão delicado que vou tocar em seguida.
Outro aspecto percebido, é que as pessoas se dividem em mil ações, e projetos que acabam não ganhando força/voz, tornando-se pouco expressivos, ou desperdiçando grandes ideias. Pensando nisso, defendi por bastante tempo que as pessoas deveriam se unir por um ideal em ONGs já organizadas, para terem mais visibilidade, conquistarem mais pelas suas causas.
Por uma falha do ser humano, que é narcisista por natureza, nem sempre as ONGs atingem os objetivos pré concebidos. A disputa de egos, ou o sentir-se ameaçado em seus interesses de visibilidade pessoal faz desmoronar boas ideias, ou torna uma ONG falha em sua proposta. Esse foi o motivo para eu me afastar de uma ONG. Minha causa é o bem estar animal, e a frase "prefiro bicho do que gente" falou mais alto.
Para a minha sorte eu não estava sozinha neste pensamento: o de que a causa deve superar os objetivos pessoais, a vaidade humana. E um grupo seleto começou a se formar, a pensar em alternativas. A solução foi criar uma nova frente de trabalho, com objetivos voltados para esses interesses que de fato são fundamentais em prol de uma causa.
Uma proposta pouco inovadora, mas muito criativa e positiva está surgindo. Em breve darei mais detalhes sobre isso. Por enquanto, fica a reflexão sobre o que é o trabalho voluntário, e de como ele pode ser feito.
Aprendi que o importante não é um nome, uma instituição, que não se deve esperar o melhor momento. Ser voluntário é urgente, não pode esperar. Sozinho ou em grupo, quando bate a vontade, não se pode deixar a vontade passar.
Ações positivas, é isso que nos move!