quarta-feira, outubro 05, 2022

Resenha | Licor de dente de leão, de Ray Bradbury

 O livro "O vinho da alegria", também conhecido como “Licor de dente de leão” é o meu livro favorito de Ray Bradbury, por enquanto. Ainda tenho que conhecer outras obras dele, mas este… Ganhou meu coração.



Sinopse de “Licor de dente de leão”

Para a maioria das pessoas pode ser óbvio, mas será que elas já se perguntaram se estão realmente vivas? Essa questão é o ponto de partida do memorável romance de Ray Bradbury e o momento que marcou o início do verão de 1928 na vida do protagonista Douglas Spaulding, de doze anos. Na cidadezinha de Green Town, no interior dos Estados Unidos, alguns personagens extraordinários se unem nesse verão tão especial na vida de Douglas: o inventor que redescobriu os prazeres da vida ao construir a Máquina da Felicidade; o jovem repórter que se apaixonou por uma idosa de 95 anos; o contador de histórias que conseguiu falar com o passado telefonando para um lugar distante.


Resenha de “Licor de dente de leão”, de Ray Bradbury

Sempre que via pessoas falando do seu livro favorito da vida ficava me perguntando “como conseguem escolher?”. Ao terminar “Licor de dente de leão”, fiquei perplexa. Fechei o livro e fiquei olhando a paisagem feia que tenho da janela do meu quarto. 

Então fiquei pensando porque parava tanto para olhar por aquela janela? O vento balançando as folhas das árvores e os passarinhos passando de um lado para o outro me fizeram lembrar que a gente tende a guardar a paisagem que quer. A minha vista tem seu lado feio, mas também tem os bonitos.

E não é assim que a vida é? Não teria chegado a essa conclusão sem a ajuda de Ray e seu "Licor de dente de leão". Pelo menos não nesse momento.

O que Bradbury fez foi uma máquina do tempo, em forma de livro, abastecida com as palavras certas. Nele revivi meu passado por meio da infância daqueles meninos correndo pelos campos de uma cidadezinha qualquer no Illinois. As lembranças que ele suscita são as mais doces, o lado bom da infância. 


Ele me fez pensar na adulta que sou hoje, ao conversar com uma criança, e ver nela as minhas histórias. Assim como os adultos do livro, olham para as crianças. A estória traz adultos de diferentes personalidades, cada um encontrando o seu jeito de lidar com a transformação causada pelo tempo. 


"É privilégio dos velhos dar a impressão de saberem de tudo. Mas é uma incenação, uma máscara, como todas as outras incenações e máscaras."


Ray também nos leva para o futuro e nos faz pensar sobre a velhice. Tão temida, tão terrível, acabando com a nossa jovialidade, beleza e disposição. Será? Nunca vi um autor lidando com esta temática de forma tão acolhedora, sincera e bonita. Dá um quentinho no coração só de lembrar, e aquela vontade de ler tudo de novo.


"A primeira coisa que você aprende na vida é que é um tolo. A última coisa que você aprende na vida é que é o mesmo tolo."


É uma leitura transformadora. Saí diferente dela e sei que não vou conseguir descrever tudo que senti com essa pseudo resenha. Deixo aqui o convite, conheçam, leiam, Ray Bradbury, Licor de dente de leão. É demais!

E pra encerrar, um dos meus quotes favoritos, porque parece que Ray me conheceu e eu nem sabia:

"Algumas pessoas ficam tristes incrivelente jovens. Por nenhum motivo, ao que parece, parecem quase nascer assim. Elas se machucam mais fácil, se cansam mais rápido, choram mais prontamente, se lembram por mais tempo e, como eu digo, ficam mais tristes mais jovens que qualquer outra pessoa no mundo."


=P

 

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