sexta-feira, junho 23, 2017

DC Legends of Tomorrow, quando o spin off é melhor que a série original!

Apaixonados por Arrow (vulgo Arqueiro) e The Flash (grupo no qual me incluo) que me desculpem. Mas, Legends of Tomorrow, spin off dessas séries, é melhor do que Arrow, pelo menos. E nesse post vou apresentar a série para quem ainda não a conhece, ou só ouviu falar.

Bem, infelizmente a rede grôbo acabou com o aspecto "lado b" trazendo ao ar no início deste ano a série "Lendas do Amanhã". Digo infelizmente porque é sempre chato quando uma série que a gente gosta cai na boca do povo, com título e nome dos personagens em português e dublagens ridículas. Sem falar quando a série tem todo um porquê de existir que é ignorado pela emissora. Arrow está sendo exibido no SBT, então nem faz sentido passar Legends of Tomorrow em outra emissora. Enfim... Vamos aos fatos!


Legends of Tomorrow

Legends of Tomorrow é um spin off. Termo usado para indicar que os personagens, e parte de suas histórias, cruzam-se com a história de alguma outra série. No caso de Legends, ela é dita spin off de Arrow, mas, também pode ser de The Flash. Como há crossover (histórias em comum entre séries) entre The Flash e Arrow, em Legends aproveitaram personagens de ambas as séries. Sendo assim, começamos a assistir a série já conhecendo os principais personagens, o que facilita o envolvimento.


A estória em Legends of Tomorrow

A série tem como personagem principal Rip Hunter, um Time Master que vem do ano 2166 para convocar alguns "super heróis" para uma missão: salvar o futuro do mundo do imortal Vandal Savage. Os heróis convocados são os mais problemáticos, afastados, e até anti-heróis, das séries Arrow e The Flash. Como todos estão sem muita perspectiva (são quase perdedores) resolvem embarcar nessa e aderir a missão para fazer alguma diferença no mundo - tornando-se "lendas".

Assim, Rip consegue reunir: a recém ressuscitada Sara Lance - Canário Negro (que vira Branco), a dupla Martin Stein e Jefferson Jackson que formam o Nuclear, o Átomo - Ray Palmer, os vilões Mick Rory (Heat Wave) e Leonard Snart (Captain Cold), além do casal Mulher e Homem Gavião, os quais têm muito interesse em derrotar o vilão Vandal Savage, trama iniciada nas séries anteriores.

Ah! Como disse antes, Rip Hunter é um Time Master. Um viajante do tempo, que faz parte de um grande conselho do futuro (time lords?) e, como descobrimos já no primeiro episódio, fugiu do futuro roubando uma nave chamada Waverider. Uma máquina do tempo de alta tecnologia e dotada de inteligência artificial com uma interface chamada Gideon.

E aí vocês podem se perguntar, um quase senhor do tempo, interpretado pelo ator britânico Arthur Davill - o Rory, companion do 11º Doctor Who, roubando uma nave e viajando por aí. Onde mesmo já vimos uma história parecida? Claro! As semelhanças são muitas, mas Rip Hunter está longe de ser um louco em uma caixa. É um homem em busca de uma vingança (vocês saberão assistindo), e a série está loooonge de ser parecida com Doctor Who. As semelhanças param por aí.

Porque acho que o spin off é melhor que a série original

Todos esses personagens advindos das outras séries tinham papeis bem bobos. Sara Lance era muito inconsistente, assim como Ray e a dupla Nuclear e os demais. Não apenas por serem coadjuvantes, a narrativa de Arrow já estava desgastada quando Sara abandona a trupe do arqueiro, por exemplo, e não tinha muito espaço para ela ou para os demais na série. Era muita informação.

Em Legends of Tomorrow eles vêm com essa bagagem e atuação fraca, mas as personagens vão crescendo, ficando mais consistentes conforme a história vai avançando. Até os vilões bobos, Leonard e Rory, ficam mais interessantes. A direção também é melhor, porque os atores inexpressivos de Arrow e The Flash melhoraram muito também na representação dos seus papeis em Legends.


E vou dar um destaque (de um parágrafo) para Sara Lance, interpretada pela atriz Caity Lotz. Essa menina cresceu muito, assim como a sua personagem. Em Arrow eu torcia para que ela morresse de uma vez, fiquei irritada quando foi ressuscitada (sou muito má). E quase não assisto Legends Of Tomorrow por causa dela, e fiquei super contente com o que aconteceu com ela na segunda temporada. Se não tivesse assistido essa evolução, se me contassem eu não acreditaria na forma como recuperaram uma personagem transformando-a em uma líder (meio spoiler - sorry!).

A primeira temporada parece uma brincadeira, tudo é bem superficial, mas a segunda vem com uma produção e uma temática mais sólida. As "Lendas do Amanhã" passam a enfrentar novos adversários, também vindos de Arrow e The Flash, e a trama fica mais interessante.

É claro que tem um pouco de romancinho bobo e dramalhão de novela das oito também nessa série, mas nem se compara ao desastre que se tornou Arrow e The Flash. Deter os vilões ainda é o foco, seguem as cenas de luta, bem como resolver alguns conflitos gerados pelas viagens no tempo. É uma série de super heróis -ainda - e eu viciei. Já estou com saudades.


Mas, nem tudo é perfeito. 


A série apresenta problemas nas questões que envolvem TEMPO. Viagens no tempo são complexas. Rip Hunter, como Time Master, tenta ensinar os perigos de mudar a história, mas pouco se vê na prática. Tem uns furos muito evidentes para quem está acostumada com essa temática. Eu com toda minha experiência (nossa! grande coisa) em Doctor Who e "De volta para o futuro" tento não me apegar a esses detalhes para continuar curtindo a série.

E essa é uma das poucas críticas negativas que tenho a fazer sobre Legends of Tomorrow. Como já estão indo para a terceira temporada, a história está ficando séria, eles deveriam ter esse cuidado, deveriam pesquisar mais as consequências que envolvem as viagens no tempo.

No mais, recomendo muito a série. O ponto chato é que para compreender bem a história é preciso assistir pelo menos as primeiras temporadas de The Flash e Arrow. O que não chega a ser um martírio, as primeiras temporadas do Arrow são boas (até), e The Flash fica muito boa a partir da segunda temporada. É uma série que ainda está valendo a pena acompanhar, apesar de a terceira ter ficado meio novelinha no final (e cheia de problemas com viagens no tempo também).

Para quem se interessou, a boa notícia é que a primeira temporada está no Netflix, assim como as primeiras temporadas do Arrow e do Flash. Isso facilita muito as coisas!

E pra encerrar, trailers para ver se angario mais uns fãs para Legends of Tomorrow!!

Primeira temporada




Segunda temporada




=P

sexta-feira, junho 09, 2017

Mulher-Maravilha é o melhor filme no melhor momento!

Resenha do filme do ano, para mim, sem spoilers! Mulher-Maravilha é um filme incrível, intenso e veio em boa hora.



Estava bem ansiosa para o filme da Mulher-Maravilha nos cinemas, desde o seu anúncio, e ainda mais depois da aparição dela no filme "Batman vs Superman". O filme foi tão bem produzido que é difícil estabelecer a causa desse sucesso.

A atuação da atriz israelense Gal Gadot está impecável, o roteiro manteve um ritmo muito bom, sendo muito intenso e extremamente delicado, quando necessário e os efeitos especiais a altura de qualquer super produção de super herói. Aliás, esse é um ponto que eu mais gostei. A cada conflito do filme eu procurava lembrar de como os personagens masculinos eram retratados, como agiam, e Diana, recebeu os mesmos destaques, e talvez até mais.

E o que falar da vilã?

Sim, porque além de uma heroína mulher, sua antagonista é uma mulher, a impressionante Elena Anaya, que interpreta uma química brilhante. Só essa notinha, pra lembrar que as mulheres estão mesmo com tudo nesse filme.


Impossível não mencionar a emoção de ver as mulheres no centro do "universo". 

As amazonas no seu mundo bem estruturado, maduro, forte. As guerreiras poderosas e, acima de tudo, mulheres, vivendo a seu modo. Durante as cenas de treinamento ou de lutas cheguei a arrepiar, de tão real e intenso que foram esses momentos. Vê-las se defendendo, voando pelos céus e organizando-se estrategicamente para derrotar os inimigos foi inexplicável. Acho que só outras mulheres, e ainda mais, as que estão acima dos 30 anos, conseguem perceber a importância e a maravilha dessa produção.

Eu assisti ao seriadinho da Mulher-Maravilha quando era muito criança, não tive o prazer de ler os quadrinhos, então não tive essa influência do meu crescimento. Eu adoro histórias de super heróis, principalmente o Superman e hoje percebo que senti muito mais falta dessa referência do que imaginava. É mágico ter essa representatividade de sucesso. Saí do cinema pensando "Que mulherão da porra" e fiquei imaginando quantas meninas e adolescentes influenciadas por essa onda de consumo desumano vão ter acesso a essa obra e vão sair motivadas pelos conceitos feministas e libertários que a personagem exala.

Voltando às questões do filme, gostei muito de como a história da personagem foi contada. Uma narrativa inevitável, seguida de ação e por fim, outros detalhes sendo explicados em diálogos no seu contato com Steve. O primeiro homem que ela viu na vida. Encontro que gerou um dos momentos mais hilários do filme. Uma conversa meio sem graça em que ela mostra a maturidade feminina de mulher empoderada e conhecedora das (in)habilidades masculinas quanto ao prazer. SENSACIONAL.

Quanto às comparações com a história original da personagem dos quadrinhos. Pelo que li, parece que foi bastante fiel, apesar de algumas perdas terem sido mais precoces e algumas pequenas distorções terem sido feitas. Como por exemplo a motivação para deixar a ilha das amazonas, e onde ela vai "parar" em seguida. Nos quadrinhos ela atua nos EUA, no filme ela está na Europa. Mas, tudo é muito bem justificado e faz muito sentido. A história é coerente e pouco fantástica tanto quanto é possível, considerando que a personagem é uma Deusa (pois é, Deusa, não semi) com ferramentas especiais e super poderes.

Em paralelo a sua chegada a Terra dos Homens, além das discussões feministas inerentes à personagem, a Guerra é muito questionada, as consequências, as motivações, e o AMOR, e a verdade. Sim, porque a nossa guerreira é mulher e tem como missão tornar o mundo melhor acreditando que o amor e a verdade pode fazer isso. E isso fica muito evidente no enredo, e passa uma mensagem muito bonita, nada piegas, e necessária para o nosso tempo.

Se lá em 1941 ela foi ousada, hoje a simbologia em torno da personagem é ainda mais significativa. Já sabemos da nossa capacidade, que podemos, mas pouco avançamos. O machismo ainda impera, ainda há desigualdade, paternalismo, disparidade no reconhecimento profissional, a violência contra a mulher ainda existe - e muito. Ter esse acesso a essa estória pode resgatar essa garra e essa vontade de ser mulher e de querer muito mais.

É claro que tem outros personagens femininos fortes e etc. Mas, nenhum deles tem a força que essa tal mulher maravilha. Espero que ela inspire muitas meninas e que isso acelere as coisas de modo que o mundo fique mais justo, independentemente do gênero. Coisa mais antiga, em pleno 2017 ainda ter que discutir esse assunto. E que momento perfeito para a mensagem vir embrulhada na melhor representante feminina dos quadrinhos.

Entendam que me refiro a grandiosidade, alcance e distribuição comercial que tem a DC Comics e sua personagem. É claro que os quadrinhos estão há muito tempo trazendo grandes personagens, assim como o cinema, mas ela é a primeira, e na minha opinião a mais bem concebida, com fundamento, princípios e objetivos.

Quem ainda não assistiu, vá! Se não encontrar nada do que eu disse aqui sobre feminismo e etc, pelo menos terão uma ótima experiência em entretenimento.

E que venha o filme da Liga da Justiça. Com Superman e a Wonder Woman!


Assista ao trailer oficial da Mulher-Maravilha.




Trailer da Liga da Justiça 2017, que estreia em novembro.




=P

quinta-feira, junho 01, 2017

Resenha: Caixa de Pássaros, por Josh Malermann

Aprendi uma nova lição com esse livro. Todo mundo sabe que não se deve julgar um livro pela capa. Pois, aprendi que também não se deve julgar um livro pelo que falam dele!

Depois que li a sinopse do "Caixa de Pássaros" fiquei bem interessada em comprá-lo. Sempre que alguém publicada alguma resenha eu dava uma lida por cima, para tentar evitar spoilers. E li algumas que quase me desanimaram. Muitas pessoas elogiavam o enredo, mas consideravam o final decepcionante, ou no mínimo "que deixa a desejar". Apesar disso, não pensei duas vezes quando o vi numa promoção da Amazon e comprei.

E já digo agora: valeu cada centavo, o livro é muito bom. Não deixem de ler se tiverem a oportunidade. Link para comprar na Amazon aqui.



Resenha: Caixa de Pássaros, por Josh Malermann

Comecei a ler sem muita expectativa, ignorei inclusive os elogios tecidos na capa, que comparavam a genialidade de Malermann com a de Stephen King. Não é bem isso, mas fala que quem gosta de Stephen, pode vir a gostar de "Caixa de pássaros". Eu ainda não li Stephen King, e esse foi meu primeiro livro de suspense/terror. Então, tudo foi novo nessa experiência.

A história tem um narrador à parte dos fatos, como se estivesse assistindo ao que acontece. Ele vai descrevendo tudo nas cenas, e a forma como o faz, gera ansiedade. Frases curtas. Pontos e novos parágrafos, repetições, que vão te enchendo de expectativa e te fazendo vivenciar o que se passa com os personagens. Por vezes, a narrativa passa para Malorie, personagem principal, e temos acesso aos seus pensamentos, sua visão sobre o que se passa, e quase enlouquecemos junto com ela. Achei isso genial.

Malorie está saindo de casa e pegando o rio com seus dois filhos, uma menina e um menino, ambos com 4 anos de idade. Os três estão vendados e ela repete o tempo todo para eles não tirarem a venda em hipótese alguma. É assim que somos apresentados a personagem e a essa história. Além do esquisito, por que uma pessoa tem que sair de casa e descer o rio vendada?, bate aquela curiosidade de saber como eles chegaram a esse ponto.

Os capítulos vão sendo intercalados entre a aventura da mãe com seus filhos no rio e flashbacks do que aconteceu até que eles chegassem ali. Seja no presente ou no passado, tudo é surpreendente e fiquei vidrada na história querendo saber o que acontecia em ambas as situações. Suspense puro, um toque leve de terror, e uma narrativa que te prende do início ao fim.

Eu leio nos ônibus ao me deslocar durante o dia. A cada vez que precisava interromper a leitura, ficava pensando sobre o que estava acontecendo naquele universo, e pensando como eu reagiria no lugar de Malorie. Imaginava como seria viver nesse mundo, em que não se pode mais usar a visão. Ou seja, era uma imersão total na estória, e até agora não sei ao certo que estratégia maravilhosa é essa que o autor usou. 

Enquanto lia Caixa de Pássaros foi inevitável comparar com outras histórias de certo modo semelhantes. Como em "Ensaios sobre a cegueira", de Saramago, em que as pessoas precisam se adaptar ao mundo novo, em que todo mundo é cego. O caos que se instala é parecido, mas a ameaça vem dos mais adaptados e não do desconhecido como em Caixa de Pássaros. Também me fez lembrar de "The walking dead", afinal as pessoas acabam se isolando, sem saber quem ainda vive nesse novo mundo. Mas, em "The walking dead" eles podem ver e fugir do "zumbi", que é a ameaça que muda a existência na Terra.

O mundo em Caixa de Pássaros é apocalíptico, fim do mundo como o conhecemos por razões bem atípicas e desconhecidas. Por isso, mais do que uma aventura e um suspense, a obra suscita algo do comportamento humano. Como cada pessoa reage diante do inesperado, provavelmente sobrenatural? A loucura, o ceticismo, a inovação, a liderança, a capacidade de se relacionar com outras pessoas, a bondade, a maldade, a solidariedade, tudo é colocado a prova em cada um dos personagens. E vamos nos identificando com uns, odiando outros, compreendendo a todos.

Assim como em "The walking dead" e em "Ensaios sobre a cegueira", em "Caixa de pássaros" as pessoas também chegam no limite paranoico de temer perder o pouco que tem: a comida escassa, o abrigo, a pouca segurança conquistada. É quando os conflitos começam, onde seus limites "humanos" são colocados a prova. Todas essas histórias fala sobre sobreviver em um mundo hostil, complicado. Mas, só em "Caixa de pássaros" tem um medo do desconhecido.

Os personagens questionam o tempo todo o que pode ser, o que de fato causa e o que quer causar as pessoas. Para alguns a ameaça não passa do uso do medo e paranoia do próprio ser humano contra ele mesmo. A verdade é que tentar descobrir é arriscado, e com medo, muitos enlouquecem. E nós, lendo essa história, vamos ficando com as mesmas dúvidas e tentando desvendar o mistério.

E no fim, que para alguns foi decepcionante, eu me emocionei. Não posso falar nada que comprometa a história. O que posso dizer é que entendi que o livro se trata de uma mulher, uma sobrevivente, descendo o rio com os filhos em busca de salvação (ou algo do tipo), como os sobreviventes de "The walking dead" procurando um lugar melhor, quando saem de Atlanta e vão para Washington. Aceitando isso, o final fica coerente e muito bom.

O alívio depois do ápice tenso e triste, a alegria das crianças e da Malorie com o momento família que acontece ali, pequeno, singelo, mas tão representativo. Acho que o autor foi sábio e fechou a história da melhor maneira possível.


>>>POTENCIAL SPOILER<<<<
Tentar explicar algo tão misterioso poderia, daí sim, acabar com o livro e dar desgosto pela leitura feita até ali. Só acho. 

=P

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