"Os últimos dias de Krypton", de Kevin J Anderson... Conta como foram os dias que antecederam a vinda do alienígena mais famoso no nosso planeta, o Superman. Parece que faz uns 50 meses que comecei a ler esse livro e só hoje consegui terminá-lo. E segui a leitura pura e simplesmente por teimosia, e não me orgulho muito disso não.
Sobre os Últimos dias de Krypton
A história narra, na verdade, o último ano de Krypton (mais ou menos) e não exatamente os últimos dias. Para se ter uma ideia, os pais do Super Homem sequer se conheciam, isso acontece nos primeiros capítulos e vai dividindo a cena com os demais acontecimentos.
Kevin J. Anderson remontou uma possível cadeia de acontecimentos que teoricamente foram determinantes para a extinção do planeta. Desde o primeiro capítulo acompanhamos Jor-El e sua luta para fazer o Poderoso Conselho de Krypton se abrir para novas tecnologias, explorar o universo e aceitar as suas advertências quanto ao risco de uma catástrofe.
O conservadorismo exagerado do conselho e um acontecimento inesperado provoca mudanças muito significativas, disputas de poder, mais negação da ciência e no fim, o erro master que dá fim ao planeta.
O autor descreve bem alguns personagens, conhecemos assim o Pai de Jor-El, a mãe Lara Lor-Van, o irmão Zor-El. Os três homens da família são cientistas brilhantes, ou pelo menos foram. O Coronel Zod, Arthyr e Nan-Ek também são bem retratados, assim como alguns outros membros do conselho. Até o marciano J'onn J'onzz tem uma pontinha nessa história.
Nos últimos capítulos também são mostrados algumas referências ao julgamento que aparece no filme, e aquela prisão (aquele espelho bacaninha que vem a se quebrar anos mais tarde, quando o Superman pensa salvar a Terra, enfim). O destino dessa prisão e alguns desses acontecimentos finais são um tanto diferentes.
Kal-El (o Super Homem) nasce nos últimos dias de Krypton e e são nesses capítulos finais que conhecemos "de fato" o que se passou nos últimos momentos e como Jor-El e Lara chegam naquela solução que acompanhamos no filme clássico do Superman em que ele é colocado em uma nave em direção à Terra.
A minha opinião sobre "Os últimos dias de Krypton"
Fiquei um pouco desapontada com a narrativa, começando com Jor-El ainda solteiro. Seria bem mais interessante se já estivessem juntos e o autor usasse um recurso de flashback. Enquanto lia ficava pensando em que momento ele se apaixonaria, casaria, teria o filho para então o mundo explodir. A leitura é muito arrastada. O livro é bem escrito, mas num ritmo que dá sono. Nada acontece, muita coisa se repete, e muitas encheção de linguiça. Descrições rasas e sem objetivo, bem cansativas.
Quando finalmente Jor-El e Lara se conhecem, levei um tempo para me dar conta de que ela era a Lara, mãe de Kal-El. Do flerte para o casamento e a gravidez as coisas (entre eles) são meio apressadas e desajeitadas até. A história de amor não é bem construída, a gente não "nota".
O autor escreve coisas como "todos já percebiam que eles estavam interessados um no outro" e "Jor-El não conseguia tirar Lara da cabeça". Mas, esse romance se passa em poucos parágrafos (e até aqui, arrastados), sem profundidade. Esses encontros ficam sem importância em meio as frustrações do cientista que tem seus projetos confiscados pelo conselho de Krypton.
E essa estória dos projetos serem negados pelo conselho são contadas até a exaustão. Acredito que Anderson quis reforçar o quão retrógrado era aquele conselho, assim como as más intenções do Zod. Ele fez questão de ressaltar a frustração de Jor-El e contou mais de três vezes como ele se sentia por todos os projetos rejeitados. E como seu pai fora injustiçado, e o quanto ele não era bom para política, diferente do seu irmão Zor-El que era líder de uma das cidades do planeta.
Aliás, esse é um conceito que acho chato em todas as histórias que envolvem outros "planetas". Um mundo inteirinho governado por uma pessoa, ou um grupo de pessoas, centralizados em uma cidade. E várias cidades espalhadas pelo planeta respondendo a esse único líder. É claro que nem todos os mundos tem que seguir a nossa organização política, mas acho sempre meio absurdo um planeta inteiro se resumir a meia dúzia de pessoas em uma estória.
Enfim. Há um golpe de estado, há uma insistência no pensamento retrógrado que nega a ciência e na burrice de temer o que não se entende. Alguns momentos são até interessantes, como quando eles se deparam com algo totalmente novo, diferente e desconhecido. E como as massas tendem a aceitar líderes totalitários quando estão com medo, e como as pessoas esquecem rápido e cometem os mesmos erros, de novo e de novo. O povo de Krypton é humano demais, chega a ser decepcionante.
Então. Quando baixei o livro imaginei que ele seria adrenalina pura do início ao fim. Afinal, era para ser os últimos dias do planeta. Em vez disso, li um monte de histórias paralelas e cansativas. Em um determinando momento até aceitei que não era um livro sobre o Superman e de pura adrenalina. Mas, é muito parado e repetitivo, nesse ponto, o autor pecou muito e estragou uma história que tinha tudo para ser ótima.
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=P