terça-feira, fevereiro 26, 2019

Resenha de "Uma longa viagem a um pequeno planeta hostil" de Becky Chambers

Confesso que eu não estava preparada para essa leitura. Becky Chambers é uma contadora de histórias sensacional! Dona de uma escrita fluida e envolvente, a autora sugere ações e acontecimentos de um jeito que não precisa detalhar tudo e, ou a gente percebe ou imagina. É fantástico!


E os temas que ela trás à tona são igualmente interessantes, olhem só isso:

Xenofobia, diferenças culturais e respeito


O universo desse livro é bem barulhento, diversos planetas habitados com diferentes espécies, todos interagindo entre si na grande "comunidade galática". Ações políticas estabeleceram regras de convívio, a xenofobia e o racismo são proibidos, mas no dia-a-dia eles aparecem (igual na vida real).

A autora nos dá lições de moral por tabela, quando personagens corrigem e advertem outros personagens no meio da história, quando agem errado. E também, o respeito pelas diferenças é tratado o tempo todo, e extrapolado quando o objetivo da história (a longa viagem) se resolve. É lindo!


Olha a quantidade de coisas que marquei nesse livro!


Amor é sempre amor


Ao longo do lilvro acompanhamos uma série de relacionamentos: entre seres orgânicos e inorgânicos, entre espécies diferentes, um deles homossexual, lésbico. Todos eles abrindo espaço para pensarmos o que de fato importa. É só o amor e/ou o respeito, né?! E a felicidade dos envolvidos, e fim. Mas, a autora explora isso muito bem.

A gente torce pelo técnico informático e sua IA!
Gente, não tem coisa mais linda e que nos faça pensar tanto, do que os sentimentos de uma "Inteligência Artificial" - IA -, suas vontades, seus direitos, se existe isso, se devemos nos preocupar com tais "necessidades" de seres (são seres?) ou não. E essa discussão está lá, do início ao fim desse livro. Como não amar?


Não é política, é ficção científica das boas!


Mas, ela não para por aí. Afinal, esse livro é de ficção científica e viagens interplanetárias. Que coisa linda Becky Chambers escreveu. Eu amei cada capítulo, tudo mesmo, do início ao fim! Cada personagem mais interessante, ou apaixonante ou esquisitão, do que o outro. Todos muito coerentes.

E o Sci-fi se integra muito bem com a novela que se passa a bordo da nave "Andarilha", que desbrava universo construindo túneis que encurtam as viagens. Tudo bem explicado, não sei se cientificamente correto, mas bem convincente. Que história!


E também é um livro inspirador!


No final do livro a autora conta como foi o processo de escrita de "Uma longa viagem a um pequeno planeta hostil" e escreve um texto motivacional, do tipo que "sacode" nossas ideias. Ela nos motiva a correr atrás dos nossos sonhos, a realizar aquele projeto que está na gaveta. É como se ela soubesse mesmo quem somos, como somos, comenta as desculpas que damos para adiar a realização desses projetos. É impressionante, inesperado, muito legal!


Se comprei pela capa? Acho que sim!


Quando via ele nas lojas online, sempre me chamava a atenção pelo título (o tipo de assunto que eu piro), mas foi quando o vi "pessoalmente" que percebi o porquê do preço e porque eu precisava muito dele.

É um risco que se corre com a Darkside Books, comprar pela capa. Mas, o mais legal é que normalmente dá tudo certo. A curadoria da editora é muito boa. Se a gente não errar pegando o livro de um gênero que a gente não gosta, a tendência é ter um livro lindo, com história muito boa na coleção.

E nesse caso em especial foi uma ótima ideia ter comprado esse livro pela capa, ele acabou se tornando um dos melhores livros de ficção científica que eu já li!

E não vejo a hora de ler o próximo livro, "A vida compartilhada em uma admirável órbita fechada". Que também brilha lindamente na minha estante.


Alguém aí já leu esses livros, me contem o que acharam!
=P

sexta-feira, fevereiro 15, 2019

Essas foram as minhas leituras de janeiro, será que comecei o ano bem?

Ah, as leituras de janeiro. Começaram muito bem e depois... 🙄



No mês de janeiro eu comecei muito bem as minhas leituras, com "O conto da Aia", da Margaret Atwood. Uma distopia linda. Depois, "As cavernas de Aço", do Muso Sci-Fi Isaac Asimov, li livro nacional de um gênero bem diferente para mim, e depois... Só desilusão. Confere aí.


Minhas leituras de janeiro e classificação de cada um (segundo meus critérios)



As cavernas de aço, Isaac Asimov ⭐⭐⭐⭐ 

Sensacional é pouco para este livro! foi o primeiro romance sobre robôs escrito pelo autor, publicado em 1950, depois de vários contos, os quais já haviam sido reunidos em um livro que vocês conhecem (acredito) “Eu, robô”.

A então conhecida “Série de robôs” é composta pelos livros “Sol desvelado” e “Os robôs da alvorada”. Estou louca para ler os outros livros da série.

As reviravoltas da trama são alucinantes. Afinal, tem um mistério a ser desvendado e a gente vai sendo conduzido junto com detetive para as pistas, e comete erros junto com ele. A gente fica apreensivo sobre quem poderia ser o autor do crime. Às vezes duvida do robô, mas depois percebe que não poderia ser ele, e fica maluco querendo saber quem foi!

Tem resenha completa dele lá no Estação nerd. Clique aqui para conferir.


O conto da aia, Margaret Atwood ⭐⭐⭐ 

É um espetáculo de livro. Acho que todo mundo deveria ler. Uma distopia doida em que o mundo (ou parte dele) vive uma escassez de alimentos, em uma ditadura estranha. As mulheres estão no centro dessa história (que já virou série), e cada um dos seus papéis nesse "novo mundo" nos choca profundamente.



Vikings: Berserker, Eduardo Kasse ⭐⭐⭐ 

Minha primeira leitura desse gênero, foi uma viagem e tanto! O livro veio da minha parceria com a Editora Draco. E fiquei muito feliz em conhecer o mundo dos Vikings. O autor tem uma escrita peculiar, a história é engraçada, trágica e cheia de aventura.

Ah! Ponto positivo para a protagonista, Sil, uma menina que não aceita sua condição de mulherzinha, repudia a ideia de casamento arranjado, filhos e vida doméstica. Ela sonha ser uma guerreira como o pai e embarca no Berserker rumo ao desconhecido como capitã e um monte de garotos. Ela é forte e contrasta lindamente com a brutalidade dos demais personagens “machos”, perdendo em nada para eles.

Aliás, todas as personagens femininas, mesmo as da “vida doméstica” foram muito bem construídas pelo autor. Mulheres fortes e brilhantes. Adorei! Tem resenha aqui.


Um estranho numa terra estranha, Robert Heinlein ⭐ 

Primeira decepção de 2019 (que seja a última, depois do Gaiman). A história tem todo um contexto interessante de um homem que nasceu em Marte, ficou lá, sendo criado pelos Marcianos sem contato com os humanos e depois é trazido de volta à Terra. Estranhando os costumes, idioma e crenças. Mas, ou autor prefere seguir pra uma linha hippie, se perde na história, fica criticando religião e o home de Marte e toda essa cena sci-fi interessante, fica só no título.

Sem falar que essa falta de conexão e contexto se mistura a uma escrita arrastada, chata demais. Pra mim não deu. Uma pena!


"Alerta de risco" do Neil Gaiman

E a leitura que ia devagar quase parando foi abandonada. Não sei até quando, mas, parei. Um pouco porque as histórias não empolgam, um pouco porque tem uma miscelânea de contos que nada tem a ver um com o outro, alguns de fantasia, outros meio sem sentido. Tem uns contos bons no meio, mas a chatice dos que não gostei é tanta, que perdi a vontade depois de insistir por quase 90% do livro.


E essa foi a minha jornada em janeiro, o que acharam?

=P

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