Um livro tenso, intenso e favoritado! “O livro do juízo final”, de Connie Willis, acaba de entrar para a minha lista de favoritados. Levei um ano pra decidir ler achando que o problema dele fosse a pandemia, mas o drama vai muito além.
Em um futuro não muito distante, as universidades têm acesso a um dispositivo para viajar no tempo e fazer pesquisas no passado. Kivrin, a protagonista, é uma estudante de história em Oxford, na Inglaterra, apaixonada pela sua área de estudo, tem o sonho de ver com seus próprios olhos o início do século XIV.
Por meio da paixão da personagem pelo seu trabalho e período histórico, Connie Willis discute os mais diversos temas, sendo o principal a amizade. Vários personagens se envolvem em situações que “não precisavam”, mas optam por serem solidários, leais, humanos. Esses valores estão muito presentes e vão nos conquistando e nos envolvendo cada vez mais.
Sobre o período histórico, é muito interessante conhecer melhor a vida naquele tempo, somos de verdade transportados com Kivrin. As reações dela são muito próximas das que a gente teria. É diferente quando lemos um romance histórico, Kivrin é do futuro, ela se escandaliza e observa aquele universo de outro ponto de vista.
Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo neste livro, várias coisas irritantes, outras bizarras e as 570 páginas são muito bem exploradas. A história tem poucos plots, mas tem perguntas inquietantes que a gente fica nervoso pra saber logo o que aconteceu. E a autora vai entregando cada uma lentamente, como uma boa história deve ser.
O modo como a Connie Willis “costura” as suas tramas é muito legal. Já tinha visto isso em “Interferências”, outro livro dela que recomendo muito. Ela não dá ponto sem nó, e o leitor atento vai se sentir desafiado a pescar as poucas pistas que ela deixa pelo caminho. A escrita é muito fluida, avancei páginas e páginas sem perceber.
O final é arrebatador, triste, mas muito bonito. O fechamento final do final é bem satisfatório. Me fez pensar: Ok! Pelo menos isso.
🚫 Acredito que algumas situações podem ter gatilhos: perdas dramáticas e, a história se passa em 1300, tem o lance do casamento arranjado com meninas muito jovens - me deu agonia. Mas, é tratado com muito cuidado.
Um livro com viagem no tempo que me fez pensar que sabemos histórias do passado, mas é diferente quando a gente se envolve. Foi a mensagem que captei com essa leitura.
Alguém aí já leu esse livro?
Tem algum período histórico, local, que você gostaria de visitar?