Set Adrift On Memory Bliss
Quando as coisas deixam de ser o que realmente parecem ser, é sinal de que temos um problema: ou mudamos o nosso ponto de vista, ou cansamos de nos enganar com tal fato, pessoa ou ação.
Sem dúvida, chegar a esse ponto é essencial, posto quê nos faz repensar, reavaliar os fatos, as atitudes e as decisões tomadas até então. Mas é preciso ter cuidado, verificar durante essa reciclagem se os motivos que nos levaram a essa reflexão não são um pouco mais profundos, se o problema está no mundo a nossa volta ou em nós mesmos.
É próprio de um perfeccionista convicto de suas ações culpar o mundo a sua volta, em outras fases, pode decidir que o problema está nele mesmo. Está errado tanto uma quanto a outra visão mencionada. O mundo não é de todo imperfeito, assim como nós também não o somos. Nem sempre é possível definir quem ou o que está certo ou errado. Daí entra a nossa capacidade de ter bom senso, poucos têm essa capacidade, eu mesma não sei se já conheci alguém que tivesse tal privilégio. Mas é preciso exercitar o cérebro e tentar separar razão de emoção e tentar esquecer, mesmo que por um segundo, que o mundo gira em torno do nosso próprio umbigo.
O resultado de tal exercício é calar-se, ainda que te exijam uma palavra; por mais descontente que se sinta; por mais necessidade que exista na idéia de uma comunicação verbal. É preciso esquecer, acima de tudo: esquecer e deixar passar. Como quando prendemos a respiração e mergulhamos no mar esperando que a onda passe.
Difícil é saber a hora de voltar e respirar outra vez.
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