sábado, abril 04, 2009

Floripa, aqui vou eu!

Sexta-feira, 03/04/2009 - depois de um dia intenso de trabalho, muita gripe e um happy hour com o "Cherry", peguei um táxi e embarquei num ônibus a caminho da "ilha da magia". Estava preparada, com um pilequinho leve, uma garrafa d'água e o mp3 muito bem alimentado de canções para viagem. Estava preparada para uma viagem monótona, 6h sem dormir, provavelmente embarcando em pensamentos sem sentido, ou com sentidos não tão interessantes.

Poderia ter sido assim, se meu "companheiro de viagem" não fosse um Russo, cujo nome impronunciável eu não posso lembrar. Russo viajando pela américa latina, ele falava um pouco de espanhol, um pouco de inglês, assim, por curiosidade, começamos a tentar nos comunicar.

Lembro de ficar olhando para o relógio do ônibus, e percebendo a velocidade com que as horas passavam. Agradáveis horas em que discutimos política, economia, nacionalidades, Lenin e a sua "não" tendência anarquista, bem como as conspirações americanas para dominar o mundo, para roubar a amazônia e os lençóis d'água no Rio Grande do Sul; descobri também como é feita a impressão dos dólares americanos e entendi um pouco das grandes crises financeiras pelas quais o mundo vem passando nos últimos anos por conta dos estados unidenses.

A discussão foi boa até a parada no "Japonês". Foi lá que a senhora sentada a nossa frente expressou pela primeira vez em palavras muito bem pronunciadas, que estava de saco cheio do nosso falatório. Foi então que adotamos o "note book" do amigo russo para nos comunicarmos. E aí sim foi interessante, um russo que meio que falar espanhol, que fala inglês, trocando palavras num bloquinho de notas com uma brasileira que arranha o inglês.

Usar Othelo para definir a palavra "ciúme" ou desenhar um jogo da forca para explicar que a senhora a nossa frente queria me esguelar foram, sem dúvida, apenas alguns dos momentos curiosos dessa tentativa bem sucedida de comunicação.

Descobri com esse contato que os russos não gostam muito de "pop music", que também riem dos que gostam de Backstreet Boys, e que bandas como Pearl Jam, Jethro ou Coldplay, não são muito conhecidas. Mas esse amigo, a princípio descartável (vide definição no filme: clube da luta), bem que curtiu as músicas do meu mp3 que embalaram a nossa viagem.

Descobri também que ele considera Porto Alegre uma cidade suja e muito ruim. E isso me deixou meio chateada, por que não consegui convencê-lo do contrário. E olha que ele só esteve na rodoviária de Porto Alegre. =/

Sempre achei interessante essa troca de experiência entre pessoas de mundos tão diferentes. Mais interessante ainda é pensar que mesmo sem nos conhecermos, sem sequer conseguirmos manter um diálogo muito claramente, ao olharmos nos olhos um do outro, sempre entendíamos o que o outro queria dizer.

Assim, o tempo de viagem que tinha tudo para dar em nada, transformou-se em horas agradabilíssimas, fiquei realmente satisfeita com a surpresa reservada pelo destino.

O momento mais engraçado, é claro, ficou para o final. Para o momento em que o russo encolheu-se todo quando percebeu que eu me despediria dele com um beijo no rosto.

Mas que experiência legal!
:)

5 comentários:

  1. Anônimo4/4/09 15:26

    Adorei a história!

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  2. Nossa que lindo! Mto boa mesmo!

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  3. muito boa historia falou em intimidade ele ficou vermelho é?
    eu tambem riio de quem escuta backstreet boys
    Beijos

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  4. não vai passar o selo adiante
    beijos

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  5. Sacanagem o russo ser sincero ao falar mal da higiene da nossa cidade. Tu deveria ter o convidado a voltar e apresentar os pontos turísticos da cidade... assim Porto Alegre não seria tão mal vista pela sociedade russa! rs.

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