Fiquei estupefata com uma história ouvida pelos corredores da Fabico, depois em sala de aula, por terceiros. Um professor do curso de Jornalismo teria retirado o conteúdo do seu blog e site do ar por uma determinação judicial, devido a um processo que estava em andamento. Um jornalista da RBS o estaria processando por críticas publicadas nesse site.
O assunto me despertou curiosidade e quando pensei em buscar mais informações a respeito, em nossa classe de "Comunicação Visual" o professor Pablo trouxe uma visita muito ilustre para conversar conosco. Até o momento em que o professor apresentou a "pessoa" entendi que era o autor do blog "Ponto de Vista", muito citado nas aulas pela sua marca visual, totalmente de acordo com os pontos de vista publicados, e por se tratar de um blog, também de acordo com a personalidade do seu autor.
Mas quando o visitante começou a se apresentar e falar do seu trabalho, percebi que era ele o professor que estava sendo processado, e a história só fez melhorar. Deparei-me com um jornalista de verdade, uma pessoa simples, cheia de idéias e ideais na cabeça, e faz questão de expor e de apontar tudo aquilo que ele não concorda, isto é, colocar em pauta assuntos que considera relevantes para que sejam discutidos, questionados.
E não é justamente essa a função de um jornalista?
Outro motivo para a minha surpresa é que venho estudando blogs, sempre considerei essa ferramenta poderosa para compartilhar idéias e para botar a boca no trombone, mais ainda, sempre julguei esse espaço "livre" para expor minhas idéias.
Também achei que não existisse mais censura! ha-ha-ha Só falta eu dizer que acredito em coelhinho da páscoa também.
Gostei de praticamente tudo o que ele falou, deveria ter gravado aquela palestra. Uma lição de vida que não se explica, e que determinação! Ele realmente teve de censurar o seu próprio site, reduzir as idéias em seus textos, de modo que não venha a se complicar ainda mais.
Sempre achei que tivesse nascido na época errada, queria ter lutado contra a ditadura, ter sido uma revolucionária subversiva, e por isso queria ser jornalista. Quando entrei para a faculdade escolhi ser Relações Públicas, desisti desse jornalismo que aí está, por que julguei impossível lutar contra essa multidão de fdp que se diz jornalista e mais ainda contra as "máquinas de produzir notícias".
Ouvir o Ungaretti me fez sentir aquela velha vontade de ser jornalista, de lutar por alguma coisa que valesse a pena. Não vou mudar de curso agora, mas vou acompanhar esse caso de perto e usarei o meu blog para comentar a respeito. Essa é a forma mais justa que encontrei até aqui para propagar um pouco mais esse "sucesso" e de dar o meu apoio a pessoas que agem muito mais do que falam, e falam o que sabem, o que pensam, que são autênticos!
Isso sim é muito punk!
Lindo esse teu texto. E muito absurdo o que aconteceu.
ResponderExcluirMas neh: "lutar por alguma coisa que valesse a pena"
Sorte que ainda temos Ungaretti, dá um pouco mais de esperança.
Essas situações são complicadas de se resolver. De um lado você tem o direito de manifestar suas opiniões, do outro não pode isto parecer calúnia. Mas definir qual a divisão entre os dois é muitas vezes difícil. Acaba ficando restrita às argumentações de advogados.
ResponderExcluirNão sei muito bem o que aconteceu neste caso.
Sou a favor da liberdade expressão (claro, com respeito - me refiro em casos gerais).
Mesmo ao tomar várias atitudes vejo que várias não são mais feitas do jeito que imaginei. Mas tento, fazendo do meu jeito. Sempre há espaço.
A área de comunicações tem muitas relações. É possível fazer Relações Públicas e depois trabalhar com jornalismos ou propaganda.
Bom blog.
Abraço,
Búfalo
http://www.naoserouser.wordpress.com/
É como Voltaire disse:
ResponderExcluir"Posso não concordar com nada do que tu dizes, mas defenderei até a morte teu direito de proferir tua opinião."
Eu acho esse tipo de censura dos dias de hoje pior que da época da ditadura militar.
Guilherme
ainda há gente com sangue nas veias!
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