sexta-feira, outubro 23, 2009

Acordo com pedidos desesperados de socorro: "Clooooover!!!" Imediatamente penso: droga! Estou atrasada! Levo algum tempo ainda para criar coragem e sair da cama, mas o "três espiãs demais" acabou e preciso dar um jeito na vida para o resto do dia, sem um pingo de remorso por ter deixado afazeres de lado, muito menos por não ter lido uma página sequer do texto para segunda-feira, ou estudado para a prova, ou para o ensaio que preciso escrever.
Na noite anterior fiquei jogando Jewel no celular e fiquei compreguiça de "chapar" o cabelo, deixei para o dia seguinte. Então, em frente ao espelho, ajeito as madeixas e me impressiono: como ficaram bons!
Ainda "sonâmbulando" acordo na fila do supermercado onde uma atendente nada simpática está parada olhando para o infinito. A frente dela um senhor de meia idade aguarda a solução parao seu problema: quer efetuar o pagamento (R$3,79) com o cartão de débito da caixa e apareceu "erro 51: não autorizado". Volta e meia a atendente aperta uma campainha, a qual mal podemos ouvir estando ali em frente dela, muito menos a sua superior imediata, a qual eu avistei tagarelando e se galinhando para os meninos num balcão quase na saída, há uns 10 metros de nós. Imediatamente penso: Gente irritante! - Junto minhas coisas, dirijo-me para outro caixa, demoro muito além do que gostaria, mas "azar".
Depois de almoçar e arrumar as minhas coisas, saio rumo as obrigações que não posso deixar de cumprir. Ao primeiro passo rumo a liberdade, a vizinha maluca me faz uma pergunta: Você entende alguma coisa de justiça? Obviamente respondo sem pensar: Nada! - Achei que fosse me livrar mais fácil, mas pra ela tanto faz a resposta, ela quer é falar, fala até sozinha a coitada. Então ela iniciou o seu monólogo e eu só conseguia prestar atenção no que ela falava para tentar identicar o ponto final, ou um ponto e vírgula que fosse para sair correndo. Penso imediatamente: Que droga! Hoje é o meu dia!
Assim que me livro dos assuntos de justiça da vizinha estranha, olho para o céu e deparo-me com uma nuvem imensa e negra que se aproxima na velocidade do vento, o qual revira meus cabelos, aqueles que haviam ficado perfeitos. Sem pensar, porque o atraso já era grande, fui me dirigindo a parada do ônibus (parece redundância para gaúchos, mas é preciso para os leitores do restante do país, aqui não se diz "ponto" e me nego a escrever dessa forma) ao me aproximar da avenida, lá se vai o T8. Eu conheço aquele formato de ônibus, só pode ser ele. Imediatamente penso: que se dane!
Aproximando-me do vale, lá estão elas, gotículas de chuva respingam os vidros das janelas do ônibus, imediatamente penso na sacola em que acomodei o meu lanche da tarde: se não tiver outro jeito, atravesso o campus com a sacolinha na cabeça! Só eu sei a dureza que é cuidar para que os cabelos fiquem assim.
O restante do dia transcorreu serenamente, quase perdi o T10 a caminho do trabalho, recebi uma notícia nada agradável, mas compreensível. Tive que começar a rever meus conceitos e repensar as metas pré-estabelecidas. A cada dois meses parece que tenho que mudar tudo mesmo, já estou acostumada!
Deparei-me hoje com informações no twitter e resolvi pesquisá-las, para ver qual o fundamento, para saber o porquê de certos comportamentos. Foi então que me aliei a Franscisco Rüdger, o qual banaliza e ridiculariza redes sociais e seus participantes. Como pode um estudioso da área de cibercultura, que tanto tem a acrescentar, de repente, seguir e se aliar aqueles cujo esvaziamento intelectual já se deu por completo e repetir um "vírus" tão imbecil? Cada vez mais reafirmo a minha hipótese de que esse tal de twitter veio para esvaziar a leva que ainda não se esvaziou por pura teimosia. E me deixa estupefata a idéia de que pessoas com tanto conhecimento e experiência acadêmica consiga realmente se aliar a esse meio! Será caso de estudo se houver o esvaziamento, e se isso acontecer, quer ser uma das estudiosas envolvidas.
E o que essa conclusão tem haver com a minha crônica de mais um dia como todos os outros? Ora! Simples... Ela é tão vazia quanto.

2 comentários:

  1. Muito bom Dani (para ser sincero e não te dizer outra coisa, e quebrar de vez com os dogmas da sociedde) o seu maus dia. Me diverti com o fato da sacolinha e realmente não me importei com o valor da palavra "ponto" ou "parada de onibus".
    Você tem a rotina que há tempos eu imaginava de você. Mesmo que nós nuca mais nos falamos eu espero ainda que você converce comigo, nem que for para me dar bom dia. eu necessito de você, preciso de alguém que só tem o pensamento como você.
    Tenho muitas cosias a te falar, a quase toda maioria você vai ficar triste (se é que realmente se importa comigo), mas se orgulhará de mim hoje. pelo oq ue sou e o que faço.
    Acredito em dias melhores.
    Hoje mostrei um texto a uma amiga lá do trabalho (aquele texto que está aualizado no meu Blog) e ela havia me dito que eu era muito pessimista. Ri, pois disse a ela que eu era um dos seres humanos mais otimistas desse mundo. Não sei a onde, mas me surgiu aquela vontade ironica de incinuar "sou diferente de de tu simples mortal..."
    Vê se aparece sua sumida. Tenho saudades de você e vez o outra entro no tão polemico Twitter (nem sei como é que se escreve tal aberração!) e posto algumas inutilidades só para completar o quadro de cosias inuteis na internet.
    É Dani numa coisa você tinha razão. Há pessoas cegas e eu não sabia...

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  2. eu simplesmente não vejo utilidade no twitter, a não ser uma pessoa que divulga notícias de verde, talvez.
    boa escrita
    beijo

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