quinta-feira, abril 28, 2011

Os respingos do Caso #arezzo nos ambientes digitais

Muitos são os blogs falando sobre o caso da Arezzo e a sua famigerada matança de animais. Cada um deles abordou o fato pelo ângulo que melhor atendia ao conteúdo habitual. Ao ler o post publicado pelo Midiatismo, que é um blog amigo, fiz questão de compartilhar minhas impressões. Isto porque as duas questões levantadas me atingiram: o grau de culpa da #arezzo e a participação dos “ativistas” de momento no caso.



Comecei o meu discurso me posicionando: eu sou pelos bichos (ponto). Depois, fiz questão de diferenciar: uma coisa, é comer carne porque sentimos fome (ainda que se tenha outras opções essa é a que culturalmente está difundida) e usar calçados ou casacos de couro (sejamos francos: material resistente e útil) – outra, é matar animais silvestres para fazer “detalhes” em bolsas e casacos; ou matar 35 raposas por um casaco - sendo que existe tecnologia suficiente para reproduzir esse efeito se houver mesmo interesse em usar coisa peluda.

Mas, precisava ser profissional e, como tenho acompanhado de perto esse caso da Arezzo, fiz as minhas observações. Tão longas que resultaram num post!


1) Ingenuidade beirando a incompetência:

A empresa se diz inovadora e lança um produto sem consultar os seus clientes? 

Se pesquisasse ela saberia que os consumidores não são mais os mesmos. As pessoas não são mais consumidoras, do tipo que aceita tudo porque está na moda. Hoje temos os prosumidores - que querem participar/compartia/ser ouvidos pelo menos. 

Vi inúmeras consumidoras e até mesmo fãs da marca se dizendo decepcionadas e afirmando "arezzo nunca mais". Ora! Se o público alvo da marca ficou assim, o que sobra para os ativistas sejam eles momentâneos ou não?

É claro que tem muita gente exagerada nesse meio. E eles fazem barulho o tempo todo. O problema nesse caso é que os clientes também se indignaram. Isso fez a diferença. Caso contrário seria só um bando de malucos extremistas protestando, nas redes sociais na internet ou nas ruas... tanto faz.


2) Na gestão de crise houve falha no posicionamento.

A Arezzo fez uma declaração ressentida e antipática. Não percebeu a presença de clientes em meio as reclamações. Ela irritou os protetores dos animais, não soube reconhecer erro algum, nem o de não ter pesquisado quem mais interessava, nem de ter usado pele de animais. Pra piorar manteve as peças nas lojas, disse e não cumpriu. Isso pegou mal.


Agora entro na discussão propriamente dita:

A Arezzo foi vítima?
Não. A causa levantada por ativistas e clientes é legítima.

Mas o fato foi oportuno e a marca acabou servindo de "bode expiatório". E considero ótimo o levantamento dessa polêmica, pois ela permitiu que se discutisse o tema, envolveu não ativistas e o buzz foi tão forte que outras empresas desistiram de coleções semelhantes.

É a "força das redes sociais"?
Sim. Pessoas que conversam com outras pessoas, que têm acesso a diferentes opiniões e compartilham suas impressões. 

A vantagem: todas elas estavam na internet, sendo atingidas de alguma forma pelo caso e se houve toda essa revolta, acredito que boa parte está sendo sincera, ainda que coma carne... A futilidade está sendo questionada. A arrogância da empresa foi o que determinou o #fail

As empresas precisam saber como se posicionar no mercado: se querem ser de consumo massivo (como a Arezzo) então elas não podem aparecer com polêmicas como essa. Pesquisa de mercado, de consumo, monitoramento online, planejamento de ações.... tudo precisa convergir para uma boa estratégia. E isso foi o que faltou para a empresa em questão.

A atuação online fará parte do processo, que se seguir a "boa" estratégia, será muito positiva.

2 comentários:

  1. oi Dani passando para deixar um raro oi. revoltante, concordo com voce e deu um belo post.
    só vai melhorar quando virar lei proibindo pele verdadeira
    beijo

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  2. Era cliente da Arezzo. Nunca mais compro nada desse lugar e adoro convencer minhas amigas a fazerem o mesmo. Uma delas tem mais de 30 pares da arezzo, mas, revoltada, deu a maioria para a empregada.
    Sou médica, pouco entendo de administração, de leis de peles. Mas sinto um ódio inexplicável dessa empresa. Juro, não tenho esse sentimento nem pelo Osama Bin Laden. Não sei explicar. O Bin Landen era um assassino, mas agia por uma crença. A Arezzo e os que fazem parte da "turma" de criação até os consumidores de pele, são assassinos, idiotas mesmo, fúteis, cruéis. Eu não sabia que era permitido por lei criar "peles". É a única empresa do mundo que eu ficaria feliz se falisse. Simone

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