terça-feira, setembro 12, 2017

Resenha: Agência de Investigações Holísticas Dirk Gently

Livro de Douglas Adams. Pronto, nem preciso escrever a resenha de "Agência de Investigações Holísticas Dirk Gently", vocês nem precisam ler para saber que é maravilhoso. hahaha Mentira, leiam sim, que esse é diferente, embora realmente e igualmente maravilhoso!





Resenha: Agência de Investigações Holísticas Dirk Gently, de Douglas Adams


Se pudéssemos definir a qualidade de um livro pelo título, já poderíamos dizer que Douglas Adams arrasou nessa obra. Eu não fazia a menor ideia do que se tratava até ler. E o título é a cara do autor, é de uma curiosidade humorística irônica que só ele consegue.

Fazer um resuminho do enredo é bem complexo, porque o livro não tem Dirk Gently e sua Agência de Investigações Holísticas exatamente como centro da trama. No mais belo estilo Douglas Adams, a história começa a ser contada pelas pontas, as quais vão sendo conectadas lá pela metade do livro. Ou seja, ele começa a narrar acontecimentos banais de diferentes personagens e vai se aproximando do que realmente interessa aos poucos.

Quem nunca leu Douglas Adams pode pensar agora "nossa, que chatice, deve ser arrastado". Puro engano! O autor é cômico e irônico desde as primeiras linhas de suas histórias, e o que ele narra é tão absurdo que gera muita curiosidade. O modo peculiar como ele "se vinga" dos computadores e softwares que nunca fazem o que são construídos para fazer, a forma como ironiza os costumes ingleses, a raça humana... É o tipo de livro para rir alto e depois se perguntar "O quê?" e então não querer mais desgrudar até entender tudo.

O enredo! Vocês podem estar se perguntando e, bem. Veja bem. Se eu disser que o personagem lá está procurando alguma coisa cruzando o caminho deste e daquele outro, vou estragar toda a experiência de que for ler. O que posso adiantar é que ele conta alguns dias da vida de mais ou menos quatro personagens e que o fio que conecta essas histórias é inesperado e totalmente louco. Mas, isso só se mostra depois da metade do livro, quase no final.

Diferente de "O Guia do Mochileiro das Galáxias" que é ficção científica, fantasia e absurdo do início ao fim, esse parece uma história qualquer. Levemente conectada com o outro lado da vida, "Agência de Investigações Holísticas Dirk Gently" é um mistério antes mesmo de o investigador entrar em ação. E o que é mais legal, só fica claro que se trata mesmo de um mistério quado ele é desvendado.

Se quiser entender melhor o universo do "Guia do Mochileiro das Galáxias" acesse Sobre a vida, o universo e tudo mais!

Quando isso acontece, começamos a pensar em tudo que lemos até ali. Aquelas passagens bobinhas, da qual rimos, tinham muita importância. Dá vontade até de voltar e ler tudo de novo, pra ver se era isso mesmo, se não perdemos algum detalhe. Gente! Entendem isso? É uma trama desconstruída e tão bem costurada que não dá pra admirar esse tal Douglas Adams.

Algo que fiquei pensando enquanto lia, e que é um dos motivos para adorar esse autor, é que a história é divertida do início ao fim. Alguns livros são arrastados em algum ponto, ou demora a engrenar. Com Douglas Adams não é assim. Aliás, nem um climax, plot twist e final arrebatador ele faz. É um livro pra aproveitar cada página. E o final é só o fim. Basta o leitor ter o mínimo de bom humor e loucura para gostar muito.

Eu tentei ler bem de vagar, porque esse é o penúltimo livro que existe para eu ler do autor. Mas, é bem difícil, a leitura flui de um jeito, que quando via já tinha lido vários capítulos. É uma história que não cansa.

Então, como já deve imaginar quem leu até aqui, recomendo muito. Para quem já é fã, para quem nunca leu, e até para quem não é chegado em fantasia ou ficção científica. É uma obra perfeita para iniciar a leitura de Douglas Adams.

E, existe uma série no Netflix do investigador Dirk Gently. Ela tem tudo e nada a ver com o livro, são algumas referências, mas especialmente inspirada na obra e traz o humor e a peculiaridade das obras de Douglas Adams. Assisti depois de ler "A longa e sombria hora do chá", o livro 2 da série com o investigador Dirk Gently, aliás, livro muito bom também. Recomendo!

E vocês, já leram Douglas Adams, esse livro, estão pensando em ler? Gostam de Ficção Científica? Contem aí nos comentários.


Posts relacionados:

Resenha E tem outra coisa, de Eoin Colfer
A vida, o universo e tudo mais... E tem outra coisa

=P

sexta-feira, setembro 01, 2017

O que é indie rock?

O que é indierock? Bem, comece não julgando um texto pelo título. A pergunta parece boba, mas, juro que tenho uma reflexão para compartilhar e não só um monte de baboseira, definição e algo parecido com o que se encontra na Wikipedia. O que quero escrever hoje é sobre algo que volta e meia eu me pergunto, e que voltou a circular nas minhas ideias quando meu antigo professor perguntou que estilo era "The Killers". 




Enrolei quase um ano para terminar esse texto. A pergunta aparentemente aleatória aconteceu quando fui com a camiseta da banda para a aula de alemão (saudades). O professor, por não conhecer a banda deduziu, pelo nome, que fosse Hardrock. Hardrock? perguntou ele. Ao que respondi "não, indie".

Respondi e fiquei pensando. A palavra "indie" ficou ecoando na minha cabeça, envolta pelo pensamento: ora! Se ele não conhece The Killers, provavelmente não sabe o que é indie. E como se tivesse lido a mente dele, percebi que o Lehrer ficou repetindo "indie, indie, indie..."  e finalmente me saiu com a pergunta: "indie pop"? Eu achei graça, respondi que não, que era indie rock.

Bem, depois dessa conversa no elevador fiquei pensando (de novo) sobre o que era indie rock. Revisitei mentalmente as bandas que eu gosto e que são, de acordo com a minha humilde opinião, indie. E consegui duas classificações mais palpáveis: 

Indie = independente

Bandas que não têm gravadora, fazem seu trabalho por conta própria ou com financiamentos coletivos.

Indie = estilo de música

E nesse "indie" caberia inclusive o "indie pop" sugerido pelo professor.


The Killers, a banda em questão, começou como Indie, no sentido "independente" da palavra, depois cresceu absurdamente e continuou fazendo um som não muito convencional. Não se tornou necessariamente pop, e aí? Onde é que ela vai se encaixar? É aí que eu acho que o "indie" vira gênero também. Ainda que bandas como The Killers tenham aparentemente pleno controle das suas carreiras, sendo independentes, não pertencem mais ao cenário underground, e estão num ambiente mais comercial, é o que me parece pelo menos.




E quando se fala de gênero, o que é Indie Rock, afinal?


Voltei a lembrar das músicas que ouço e que acredito serem Indie e me dei conta de que não existe um padrão que se possa definir. Talvez por isso as pessoas "normais" odeiem quando tem um fã de indie perdido no meio de uma conversa sobre música (só não somos mais insuportáveis que musicistas, técnicos e teóricos - hahah). Existe uma infinidade de bandas por aí, cada uma com o seu estilo, referências e pretensões. Não tem como colocar todas em um único balaio. 

A raiz do indie rock está nas bandas de rock alternativo, o pós-punk e o new wave dos anos 80, mas vem se modificando ao longo do tempo. Se olhar para o cenário nacional, a diferença é gritante. A prova disso está em três ou quatro bandas que eu posso citar aqui: Plutão já foi planeta, Scalene, Sound Bullet e Valente, por exemplo. Considero as três "indie rock", adoro as três, e são poucas as semelhanças entre elas.

O mesmo não acontece se pegar exemplos fora do braziu. Consigo notar algumas semelhanças entre as bandas que eu gosto, e entre outras bandas que não gosto, mas que são reconhecidas como representantes do indie rock, tais como: White Stripes, Arctic Monkeys e The Strokes. Estilos parecidos que me cansam. (desculpa aí). Prefiro sons mais melódicos, pós-punk, como: Tocotronic, após o álbum "Schal und wahn" (banda alemã), New Mayans, New Politicians, Doves, The Joy Formidable

A semelhança entre as bandas ditas "Indie" é que elas não estão na novela da globo? Se fosse assim a Scalene não seria mais indie, e já ouvi falar que não são, e discordo. Magnetite está aí para nos mostrar que a banda não está seguindo uma tendência, não está necessariamente buscando ser tocada no rádio. Pelo menos não seguindo caminhos comerciais para isso. Aliás, as bandas indie nacionais se diferenciam de bandas como Coldplay, Kaiser Chiefs, The Killers e tantas outras que estão debandando para uma pegada eletrônica, ficando todas muito parecidas, de novo.


O undergound não é mais tão underground


Se ser indie era ser underground, ninguém mais o é! Graças a Internet, as bandas podem se tornar mais conhecidas. Eu só conheci Sound Bullet por causa do Twitter, e se não fosse a rede não conheceria metade das bandas nas minhas listas do Spotify. E sem as redes sociais, certamente a Scalene não estaria tocando na novela da globo, eu não conseguiria continuar acompanhando a Valente, a Plutão já foi planeta, a Stella ou a Baby Budas.

Então, indie rock ou pop, nada mais é do que uma produção independentemente criativa. Essa foi a conclusão a que cheguei. Porque se não é a visibilidade, popularidade, estilo ou o selo, sobra o criativo para a classificação. E, também acredito que a classificação quer dizer nada. Música boa tem que ser aquela que nos toca, que nos faz bem (de preferência). Essa a minha relação com a música pelo menos.


E para vocês, como vêem essas classificações, vocês ouvem alguma coisa muito diferente, que ninguém conhece? Contem aí nos comentários! 



Compre o melhor do Indie Rock em CD, Vinil e mais na Amazon 

=P

Posts Relacionados

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...