Naquele dia ela não estava para bons amigos. Olhou em volta, viu seu mundo desmoronando, sequer pensou na hipótese de ficar e juntar os pedaços, simplesmente bateu a porta as suas costas e partiu. No caminho, foi pensando o que poderiam dizer, o que estariam pensando, o que estariam argumentando sobre sua atitude, tão avessa ao que estavam acostumados. Sorriu ao pensar que algumas pessoas a estava defendendo, tentando acalmar os demais, explicando que ela estava com alguns problemas, mas que logo-logo estaria de volta - "Nunca mais" - disse a si mesma - "nunca mais..."
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Lembrou de como desafiara a todos os seus inimigos no dia anterior, olhou-o nos olhos, não respirou, não moveu um músculo, apenas os fitou de cima a baixo, sorriu e se foi. Não era preciso dizer nada, todos eles entenderam. Ela não é mais a mesma. Havia vencido.
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Seguiu andando sem olhar para trás. Quanto mais andava, mais livre se sentia. E o que mais estaria ela sentindo, felicidade? Não, não era para tanto. Mas estava livre, sentia-se limpa como há muito não acontecia. Pelo caminho encontrou algumas flores, muitas delas com espinhos. Depois de tudo que passara? Os espinhos, aquelas flores, nada a abalava, nada a desconcentrava.
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Exausta, sentou-se. Cruzou as pernas, olhou em volta. Qual foi a última vez que vira um céu tão esplendidamente azul? Não se lembrava. Respirou. Seus pulmões se encheram do mais puro ar que já havia respirado. Fechou os olhos e sentiu uma brisa refrescando todo o seu corpo. Deitou-se. O sol queimava o seu rosto, mas ela não se incomodava, estava re-carregando suas energias.
Seu momento de reconciliação com esse mundo foi interrompido suavemente, abriu os olhos, apoiou a careça sobre uma das mãos que a essa altura tocavam o chão, os braços abertos e ficou a admirar uma borboleta que pousava lenta e delicadamente em seu rosto.
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Sorriu. Seu sorriso não era como o de ontem, era alegre e sincero. Ofereceu a mão a sua nova amiga, ela aceitou. Virou-se, admirou-a mais um pouco. A borboleta se foi. Borboleteando sobre as flores no jardim, ou voando a céu aberto. Ela se foi, seguiu sua nova amiga, esqueceu-se de tudo.
Sorriu. Seu sorriso não era como o de ontem, era alegre e sincero. Ofereceu a mão a sua nova amiga, ela aceitou. Virou-se, admirou-a mais um pouco. A borboleta se foi. Borboleteando sobre as flores no jardim, ou voando a céu aberto. Ela se foi, seguiu sua nova amiga, esqueceu-se de tudo.
Vida nova.
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Dani, foi você quem criou o texto?
ResponderExcluirLindo, lindo, simplesmente lindo!
Maravilhoso!
E diz alguma coisa esta "vida nova" ou faz apenas parte deste texto?
Beijos, boa tarde, Mauro
muito bonito
ResponderExcluireu posso estar enganado, mas me pareceu auto biografico.
se for meus parabens é bom quando descobrimos que depois de um dia ruim vem a vida nova