domingo, setembro 06, 2015

Festejos Farroupilha: vamos comemorar o quê?

Todos os anos eu tento (nem sempre me animo) parar para escrever sobre a "semana farroupilha", já falei antes da inconsistência (incongruência) que há nas comemorações aqui no Rio Grande do Sul (leia: Os festejos farroupilha e toda ironia que há). No post antes citado, explico a origem disso tudo, e a ironia nele é tão superficial, se comparada com que vivemos hoje em dia. E pior ainda foi nesse post Semana farroupilha, o 20 de setembro e a vida... E ainda tem esse outro "comemorativo", em que eu trouxe (inclusive) o Hino Rio Grandense.

Parece que esse é um post de review do que já escrevi, e não deixa de ser. Esses três posts foram escritos em momentos diferentes da minha vida, o que é facilmente percebido lendo um após o outro. Nem parecem escritos pela mesma pessoa. Não que no primeiro eu estivesse totalmente fora da realidade, mas, sim, muitas fichas ainda precisavam cair.

E, o mais curioso é que, mesmo depois de tantas críticas, fui "sentir" de fato a vergonha desse hino "mesmo" na minha formatura. Porque estava lá, em meio a discursos da comunicação social, pessoas que vêm para o mercado para serem formadoras de opinião, e putz, ter que cantar aquele hino? Nem pra ficar bonito no vídeo. Fui é protestando cada verso.

"Sirvam nossas façanhas / De modelo a toda terra" pode até parecer (é muito) prepotente, mas nada supera o "Povo que não tem virtude / Acaba por ser escravo". Sério, esse post poderia muito bem se chamar: vergonha!

E se restava ainda algum orgulho em ser gaúcho, os acontecimentos recentes vêm para ver se baixa de vez esse topete ridículo! A história do povo gaúcho está manchada por esses governos ridículos, que compactuaram com robalheira e a corrupção generalizada deste país. E da incompetência do seu povo que (de tão inteligente e politizado - pura ironia, não me entendam mal) votou mal, e elegeu esse sem noção, Sr. Ivo Sartori. E essas pessoas nem podem se dizer "enganadas", porque este senhor mostrou já nas eleições o que seria o governo dele.



Agora, o estado passa por essa crise econômica do país, com a parte "menos interessante" do seu funcionalismo sem dinheiro, tendo seus salários parcelados. Como se não bastasse a defasagem que a maioria deles já sente no bolso, ainda mais essa. E o resultado, educação falida, polícia jogado no lixo, e cada dia mais a bandidagem avançando e acabando com o sossego que já nem era assim tão sossegado.


O que se tem pra comemorar afinal nessa festa?

E nem vou aqui falar do absurdo que é comemorar uma derrota, e nem vou falar aqui do absurdo que é essa cultura devoradora de carne e maus tratos aos animais. SIM, porque "bem tratar" um animal prendendo ele para servir de comida, não é amar os animais!

Esse seria um momento de barrar o tradicional e retardado desfile de 20 de Setembro, em que se exalta a grandiosidade de um estado (falido), que gera custos; alguns militares disseram que não vão participar porque não têm viaturas, que o estado não tem dinheiro (e eles não devem nem ter o dinheiro da passagem pra ir até a concentração)! Ora! O policiamento está reduzido na cidade por falta de verba, se estiver o estado em peso nesse desfile, pra exaltar uma mentira, vai ser só mais um motivo pra sentir vergonha.

E o que falar então do orgulho gaúcho, essa ideia que se fomenta por aqui de que "somos melhores em tudo". Como pode, pessoas tão inteligentes, politizadas deixarem tudo como está, sem saúde, sem educação, sem segurança, sem liberdade de andar pela cidade (e não tem mais hora ou lugar), de funcionários públicos sem salário (mas só a parte ralé, porque a câmara, o Sr. Governador e o alto escalão segue recebendo, roubando e beneficiando-se do dinheiro que NÓS damos pra eles todos os dias do ano).

Ah, claro, somos melhores em tudo mesmo: os maiorais em ser bundão, só se for!

Então, este não é um post comemorativo, é só mais um ano em que assisto a esses absurdos, e espero que algo aconteça, para que a gente pelo menos possa ser mais "forte, aguerrido e bravo" e quem sabe um dia "nossas façanhas" sirvam de modelo para a próxima geração, nem precisa ser para "toda a terra".


E pra finalizar, pra acalmar os ânimos (ou não), um pouco de ironia de quem mais sabia fazer isso nesse país!

Raulzit: Eu também vou reclamar!



Durmam com um barulho desses!

Um comentário:

  1. Pois é. Há cada vez menos a ser comemorado. E há quem prefira fechar os olhos e viver a ilusão. Esse é o ponto.

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