Sabe aquele livro que tu começa a ler cheio de vontade e de repente vai diminuindo o ritmo para aproveitá-lo ao máximo? Assim é "Pareidolia" de Luiz Franco (Poeta de Chapéu). Eu nem sei bem por onde começar essa resenha, porque são tantas observações a fazer. Espero não esquecer de nada, nem desmerecer a obra a mim confiada com tanto carinho pelo autor.
A capa dura, o aspecto velho, as folhas grossas de cores diferentes, as fontes em tamanho e formatos, diagramadas diferentemente pelas páginas de acordo com o conto, só aí já dá vontade de ler o livro e entender essa confusão. Aproveitando o ensejo, parabéns ao ilustrador Gustavo Lambreta pelo excelente trabalho.
Pareidolia, de acordo com a wikipédia, é: um fenômeno psicológico que envolve um estímulo vago e aleatório, geralmente uma imagem ou som, sendo percebido como algo distinto e com significado. É comum ver imagens que parecem ter significado em nuvens, montanhas, solos rochosos, florestas, líquidos, janelas embaçadas e outros tantos objetos e lugares. Ela também acontece com sons, sendo comum em músicas tocadas ao contrário, como se dissessem algo. A palavra pareidolia vem do grego para, que é junto de ou ao lado de, e eidolon, imagem, figura ou forma. Pareidolia é um tipo de apofenia.
Ok! Com essa informação, comecei a leitura.
O primeiro deles já me tirou da zona de conforto. Um caso envolvendo Pombos, um assassinato e um julgamento. Passado o desconforto causado pela estória, o final é poético e surpreendente. Ao ler os momentos finais, um filmezinho foi passando na minha cabeça. "Beto e as pombas" tem o que mais me encanta em um texto, a capacidade do autor de observar algo aparentemente banal, do nosso dia-a-dia e transformar em algo surreal.
É o segundo conto. Saí do "Beto e as pombas" leve... Comecei a ler esse texto que tem folhas pretas pensando que seguiria a mesma linha. De fato é leve, mas é curioso. Uma repetição maluca acontece, um looping infinito de possibilidades. Quem já acompanha meu blog e instagram sabe que eu amo ficção científica e histórias que mexem com o tempo. Esse conto é simples, mas vai esgotando um tema de um jeito tão curioso e particular. Só lendo para entender.
Esse outro conto é o que os "jovens" chamariam de "um tapa na cara da sociedade". Tem lição de moral, tem surrealismo, tem o ser humano sendo exposto em toda a sua imbecilidade diante de algo que não entende. A construção do texto segue/acompanha a história, com mudança de fundo indo do branco, passando pelo cinza e chegando no preto, ideia de movimento meio perturbadora. Eu ainda não sei como o Luiz Franco fez isso! O conto termina e eu fico pensando...
É um conto que se passa num instante, um giro pelo apartamento, a cidade, o mundo, a hipocrisia e toda incoerência humana. O espaçamento entre as letras e palavras é quase zero, deixando uma sensação muito boa de ideias se sobrepondo. Um tipo de texto descritivo meio lunático. Curioso.
O curioso caso da relatividade do tempo, das obrigações, do tempo que não passa, do tempo que passou. Em poucos minutos, numa estação de trem, um rapaz fica perturbado com a passagem do tempo e o horário "registrado" nos relógios. É angustiante. Eu, como pessoa atrapalhada e atrasada que sou, senti toda a tensão do personagem. Terminei de ler o conto sentindo o peso das reflexões provocadas.
Imaginei o autor sentado em algum lugar bebendo e pensando nessa história. Talvez até fumando um cigarro. De chapéu, camisa branca abotoada só até a metade, bermuda bege e chinelo de dedo, nem aí pra nada. Rindo das próprias loucuras. Sim, porque o conto que fecha o livro é de rir alto no ônibus e deixar as pessoas a tua volta te julgando. É engraçado e com uma lição muito importante sobre "aparências".
Algo inusitado acontece com um dos personagens e, a partir dali, o no sense é tão grande que eu nem quis mais questionar como aquilo tinha acontecido. Fiquei só querendo saber no que iria dar aquela loucura toda. E o final é um final. A diversão vem em todo o conto antes dele.
Pareidolia mexe com nossos sentidos, com o nosso humor de várias formas, mexe com os sentidos. Ler esse livro, além de tudo é delicioso para quem gosta de cheiro de livro novo. O cheiro da tinta vai nos enfeitiçando.
Algumas questões rondaram as minhas ideias enquanto andava com esse livro para cima e para baixo nos dias em que o li. Mostrei-o para todos os meus colegas de trabalho. Como trabalho com comunicação, com designers, achei que eles precisavam ver aquilo. Um livro que se comunica não só com texto.
Num tempo em que se fala tanto em eBooks, fim do livro físico, editoras como a Cosacnaify fechando, Fnac sendo comprada por outra empresa que, dizem, está falindo. É de se pensar em edições assim. Nada pode superar a experiência de ler um livro como esse, todo pensado para te provocar. Agradeço ao autor, Luiz Franco, pelo envio da obra, por ter me proporcionado momentos maravilhosos com essa leitura.
E para quem chegou até aqui: compre o livro! Vocês não vão se arrepender.
Tem aqui oh na loja SOS Nave Mãe (com frete grátis!)
Também tem a versão digital na Amazon, no Kindle Ilimitado. Mas, por todos os motivos descritos antes, o livro físico tá valendo muito mais.
=P
O Livro Pareidolia
A capa dura, o aspecto velho, as folhas grossas de cores diferentes, as fontes em tamanho e formatos, diagramadas diferentemente pelas páginas de acordo com o conto, só aí já dá vontade de ler o livro e entender essa confusão. Aproveitando o ensejo, parabéns ao ilustrador Gustavo Lambreta pelo excelente trabalho.
Pareidolia, de acordo com a wikipédia, é: um fenômeno psicológico que envolve um estímulo vago e aleatório, geralmente uma imagem ou som, sendo percebido como algo distinto e com significado. É comum ver imagens que parecem ter significado em nuvens, montanhas, solos rochosos, florestas, líquidos, janelas embaçadas e outros tantos objetos e lugares. Ela também acontece com sons, sendo comum em músicas tocadas ao contrário, como se dissessem algo. A palavra pareidolia vem do grego para, que é junto de ou ao lado de, e eidolon, imagem, figura ou forma. Pareidolia é um tipo de apofenia.
Ok! Com essa informação, comecei a leitura.
Pareidolia é um livro de contos.
O primeiro deles já me tirou da zona de conforto. Um caso envolvendo Pombos, um assassinato e um julgamento. Passado o desconforto causado pela estória, o final é poético e surpreendente. Ao ler os momentos finais, um filmezinho foi passando na minha cabeça. "Beto e as pombas" tem o que mais me encanta em um texto, a capacidade do autor de observar algo aparentemente banal, do nosso dia-a-dia e transformar em algo surreal.
Procura-se um novo domingo
É o segundo conto. Saí do "Beto e as pombas" leve... Comecei a ler esse texto que tem folhas pretas pensando que seguiria a mesma linha. De fato é leve, mas é curioso. Uma repetição maluca acontece, um looping infinito de possibilidades. Quem já acompanha meu blog e instagram sabe que eu amo ficção científica e histórias que mexem com o tempo. Esse conto é simples, mas vai esgotando um tema de um jeito tão curioso e particular. Só lendo para entender.
Perlavado
Esse outro conto é o que os "jovens" chamariam de "um tapa na cara da sociedade". Tem lição de moral, tem surrealismo, tem o ser humano sendo exposto em toda a sua imbecilidade diante de algo que não entende. A construção do texto segue/acompanha a história, com mudança de fundo indo do branco, passando pelo cinza e chegando no preto, ideia de movimento meio perturbadora. Eu ainda não sei como o Luiz Franco fez isso! O conto termina e eu fico pensando...
Instante
É um conto que se passa num instante, um giro pelo apartamento, a cidade, o mundo, a hipocrisia e toda incoerência humana. O espaçamento entre as letras e palavras é quase zero, deixando uma sensação muito boa de ideias se sobrepondo. Um tipo de texto descritivo meio lunático. Curioso.
O relógio da estação
O curioso caso da relatividade do tempo, das obrigações, do tempo que não passa, do tempo que passou. Em poucos minutos, numa estação de trem, um rapaz fica perturbado com a passagem do tempo e o horário "registrado" nos relógios. É angustiante. Eu, como pessoa atrapalhada e atrasada que sou, senti toda a tensão do personagem. Terminei de ler o conto sentindo o peso das reflexões provocadas.
E daí começo a ler "Uma dose de rum a menos"
Imaginei o autor sentado em algum lugar bebendo e pensando nessa história. Talvez até fumando um cigarro. De chapéu, camisa branca abotoada só até a metade, bermuda bege e chinelo de dedo, nem aí pra nada. Rindo das próprias loucuras. Sim, porque o conto que fecha o livro é de rir alto no ônibus e deixar as pessoas a tua volta te julgando. É engraçado e com uma lição muito importante sobre "aparências".
Algo inusitado acontece com um dos personagens e, a partir dali, o no sense é tão grande que eu nem quis mais questionar como aquilo tinha acontecido. Fiquei só querendo saber no que iria dar aquela loucura toda. E o final é um final. A diversão vem em todo o conto antes dele.
Considerações importantes!
Algumas questões rondaram as minhas ideias enquanto andava com esse livro para cima e para baixo nos dias em que o li. Mostrei-o para todos os meus colegas de trabalho. Como trabalho com comunicação, com designers, achei que eles precisavam ver aquilo. Um livro que se comunica não só com texto.
Num tempo em que se fala tanto em eBooks, fim do livro físico, editoras como a Cosacnaify fechando, Fnac sendo comprada por outra empresa que, dizem, está falindo. É de se pensar em edições assim. Nada pode superar a experiência de ler um livro como esse, todo pensado para te provocar. Agradeço ao autor, Luiz Franco, pelo envio da obra, por ter me proporcionado momentos maravilhosos com essa leitura.
E para quem chegou até aqui: compre o livro! Vocês não vão se arrepender.
Tem aqui oh na loja SOS Nave Mãe (com frete grátis!)
Também tem a versão digital na Amazon, no Kindle Ilimitado. Mas, por todos os motivos descritos antes, o livro físico tá valendo muito mais.
=P
Dani é muito bom quando começamos a ler um livro e a gente vai lendo ele e vai desejando mais e mais da leitura. Você me deixou bastante curiosa pelo livro Pareidolia, é muito bom quando um livro mexe com os nossos sentidos como você disse. O autor Luiz Franco está de parabéns pelo livro, é um livro que prende o leitor até fim da leitura, Dani bjs.
ResponderExcluirÉ sim, Lucimar. Obrigada pelas palavras! :D
ExcluirBjs
Fiquei curiosa para ler.Eu adoro explorar novas leituras e esse me parece ter um enredo de tirar o fôlego.Vou anotar a dica!!Grande Beijo!!
ResponderExcluirAnota mesmo, que vale muito a pena! bjs
ExcluirOi tudo bem?
ResponderExcluirConfesso que não conhecia o livro mas também não leio muito livro de contos. Mas sua resenha me deixou um tanto intrigada afinal gosto de livros que a cada página vamos precisando ainda mais dessa leitura e junto com ele sentimos uma mistura de emoções.
Beijos
Eu também não sou, mas esse livro foi um presente incrível. Amei! Se tiver oportunidade, leia!
Excluirbj
Amo contos e a capacidade de contar uma história completa em poucas páginas. Achei engenhoso transformar o próprio livro, suas páginas, fontes e cores como um complemento da obra. O título, por si só, me deixou muito curiosa e a resenha dos contos atiçou minha vontade de ler. Parabéns pelo ótimo post e agradecida pela dica!
ResponderExcluirObrigada, Ane. A ideia era essa mesmo, deixar vocês bem interessados. hehe
Excluirbjs
Que legal ! O livro me parece ser muito bom não conhecia mais já quero ler essa maravilha gostei muito beijos
ResponderExcluirO autor é independente. Adoro apoiar esse pessoal talentoso e desconhecido! hehe
Excluirbjs
Olá!
ResponderExcluirGostei de saber o significado do título que havia me intrigado. Conforme ia lendo a resenha ficava mais interessada pelo livro. Os contos parecem muito bons e envolventes!!
Bjs!
São sim, Cidália, e o título faz todo sentido. Se tiver oportunidade, leia mesmo.
Excluirbjo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue resenha legal, Adoro ler livros de contos..esse parece ser muito bom, achei muito interessante:D e Já fiquei até curiosa para ler. EU não conhecia não, mas já vou tratar de ler. Bjs.
ResponderExcluirObrigada! Leia mesmo, os contos são ótimos.
Excluirbjs
Já quero ler esse livro! adoro livros de contos e adorei a resenha, o livro tbm é lindo, o estilo de capa. O conto Relógio da Estação parece ser bem interessante, pelo trechinho que vc colocou já quero ler pra ontem rsrs.
ResponderExcluirMil beijos e uma ótima semana.
Obrigada, Lays. Se tiver oportunidade lê mesmo. São todos muito bons.
Excluirbj
Oi linda tudo bem retribuindo sua visita ao meu blog,adorei sua resenha com certeza já quero ler esse livro,adoro esses tipos de livro,um beijo e muito sucesso.
ResponderExcluirwwww.alzineterodrigues.com
Obrigada!! Volte sempre. bj!
ExcluirHavia visto este livro essas dias, fiquei curiosa para ler. Aí hoje descubro que é de contos, a vontade de ler aumentou ainda mais. Não sabia que era de contos, amo ler contos. Ele me ganhou primeiro pela capa, agora por seu conteúdo. Adorei seu post, bexitus!
ResponderExcluirObrigada, Fal. Eu nem sou muito de livro de contos, mas esses são especiais. Recomendo muito. bj
ExcluirMuito interessante esse livro! Tanto a apresentação (visual), como o conteúdo em si. Gosto de livros que nos puxam o tapete, que nos tiram da nossa zona de conforto e nos fazem refectir. Não conhecia "Pareidolia", mas fiquei muito curiosa e com vontade de o ler e folhear! :)
ResponderExcluirÉ um livro maravilhoso. Se tiver oportunidade, leia!!
Excluirbj
Olá!!!
ResponderExcluirEsse livro parece ser uma maravilha. Mesmo não sendo fã de contos fiquei bem curiosa para conferir essa obra, achei interessante essa coisa de além dos textos e quero descobri a sensação por mim mesma. Assim que tiver uma oportunidade vou conferir sua dica com certeza.
Beijos
Legal, Thayza. Se tiver oportunidade, lê mesmo! ;)
ExcluirQue massa!
ResponderExcluirEu me amarro em livros assim! Pois já gosto de contos e quando eles vão me prendendo, aí que da mais prazer em ler!
Sim, não tem coisa melhor, né?
Excluirbj
Muito obrigado mesmo pela resenha! Eu fiquei muito feliz. E pode dizer o seguinte, quem quiser comprar o livro com 20% de desconto, eu vou fazer uma promoção a partir da semana que vem. É só entrar na link da loja, que está no meu site www.poetadechapeu.com.br e usar o cupom #poetadechapeu.
ResponderExcluirMais uma vez, muito obrigado!
Eu fico muito feliz com esse feedback, obrigada! Boa dica, vou anunciar no Insta!!!
Excluirbjs