quinta-feira, julho 06, 2017

Review da 10ª temporada de Doctor Who

A 10ª Temporada de Doctor Who acabou, e hoje vou fazer um review SEM SPOILER para quem ainda pensa em assistir a série, e sendo solidária aos whovians que estão se sentindo meio órfãos com esse Finale e tensão até o episódio especial no natal.

Eu ainda não tinha me pronunciado sobre a era moderna de Doctor Who, pelo menos não formalmente em um post como esse. Mas, essa décima temporada foi tão arrasadora que não me contive. E vou começar a New Who falando do Doutor que está despedaçando nossos corações com esse sai não sai.

Vamos combinar algumas coisas sobre Spoilers

A BBC fez a maravilha de entregar quase tudo de todos os episódios da série e segue esfregando algumas verdades na nossa cara. Então, não vou dizer nada aqui que já não seja meio óbvio para quem acompanha algum site oficial, dos atores, da BBC ou da SyFy Br. Pelos tópicos vocês vão ter uma noção do nível de aprofundamento e vou colocar fotos para que vocês decidam se seguem a leitura ou se já tá demais.

Além disso, vou tentar explicar algumas coisas para quem não tem conhecimento da série clássica. Não que eu seja expert no assunto, quero apenas esclarecer algumas coisas, porque tem episódios bobos nessa décima temporada que só fizeram sentido para quem já tem alguma ideia do que aconteceu quando Doctor Who era em preto e branco (e para quem sabe o que é re-con - AAAAHHHH).



Review Geral da 10ª temporada de Doctor Who

A décima temporada foi mais do que aguardada e já estava gerando polêmica antes mesmo de entrar no ar. Tudo porque Peter Capaldi, que interpreta o Doutor desde a 8ª temporada) anunciou sem preparar o coração whovian que estava deixando o posto. Dali para frente os grupos e sites de fãs enlouqueceram. A BBC confirmou a mudança do doutor e começaram as especulações: sobre como seria a mudança, quando seria, e claro quem e de que sexo seria a próximo Doutor. Não se sabe ainda (eu pelo menos não sei e não quero saber) quem vai ser.

Quando a temporada finalmente começou, fomos presenteados com uma nova Companion. Antes de começar já sabíamos, mas no primeiro episódio descobrimos Bill Potts: negra, lésbica, trabalhadora comum da faculdade onde o Doutor está lecionando. Ora! Que legal! Doctor Who sendo Doctor Who, trazendo temas tão interessantes como racismo, sexismo, homosexualidade.

E mais! Bill é também uma menina que curte ficção científica. Ou seja, não é só uma companion que vai se encantar com o que o Doutor tem para oferecer. Ela chega questionando praticamente tudo. Além de curioso e divertido ver que o Doutor nem sabe mais como responder algumas questões óbvias, o comportamento da nova companheira do Doutor é um presente para quem começar a assistir a série agora. Porque todas as perguntas mais básicas que ajudam a compor o personagem e a série Doctor Who são respondidas. Isso foi genial!

Outra informação que não chega a ser uma novidade é que Nardole, personagem que é introduzido em Doctor Who no especial de natal "The Husbands of River Song" exibido em dezembro de 2017. No episódio em questão ele está como companion de River Song, personagem interpretado por Alex Kingston cujo papel em Doctor Who eu não vou comentar. Ela é misteriosa e importante, por isso deve ser descoberta na série e não contada.


Voltando a Nardole, trata-se de um personagem curioso, meio caricato, não humano, o que o torna bem misterioso. Não temos muita noção do que ele faz com  o Doctor, mas a temporada começa com um segredo guardado pelos dois. Os dois estão "presos" na Terra para guardar esse segredo. A BBC ESTRAGOU ESSA SURPRESA, mas eu não vou falar aqui. Vai que vocês tenham mais sorte. A relação entre ele e o Doctor é, portanto, bastante íntima, cúmplice. E Nardole vai nos conquistando a cada episódio. É muito legal acompanhar esse crescimento do personagem.

O interessante dessa impossibilidade de deixar a Terra já é uma referência por si só. Como falei aqui no blog um tempo atrás em O 3º Doutor da Série Clássica, o Doctor fica preso na Terra. Na verdade um exílio aplicado pelos Senhores do Tempo - seus conterrâneos. Então, soma-se a isso a abertura do episódio em que vemos na mesa do Doctor fotografias antigas (da primeira temporada, do primeiro Doutor) e de River Song, a gente se dá conta de que a temporada pode ser mesmo muito boa.

Mas, é claro, era preciso esperar até o final, porque Mr. Moffat (Showrunner da série) adora deixar ponta solta e não entregar o que promete. Os episódios foram passando, e a alegria de ver tanta referência à série clássica foi crescendo e gerando expectativas. Tanto que os episódios em que nenhuma referência era feita, eu ficada chateada. Nunca estou contente com nada mesmo.

O que foi prometido para a 10º temporada de Doctor Who



A volta do Mestre, da Missy, Ice Worriors (guerreiros de Marte) e Cyberman de Mondas. De brinde teve Dalek clássico e uma Embaixador. Eu surtei quando o Doctor contata o Embaixador. Esse personagem aparece em dois arcos da série clássica (do que eu vi até agora) e é quase insignificante. Ele faz parte de um conselho intergalático, e nada fez mais sentido nessa vida Whovian do que contatá-lo justo no episódio de referência mais direta. Foi perfeito!


Missy e Mestre dando show!




Sobre os antagonistas mais fodásticos de Doctor Who, Missy e Mestre. Eles vêm para reforçar a nossa capacidade de acreditar que exista algo de bom em seus corpinhos. Um show de interpretação da Michele Gomez (Missy) e entrada triunfal do John Sinn, que volta com um Mestre de cavanhaque, nos fazendo lembrar do personagem que infernizava a vida dos primeiros doutores. A dupla Mestre/Missy foi o ponto alto de episódios que já prometiam muito. Para quem já sabe do que o Mestre é capaz, eles confirmaram que são o demônio e a senhorita maldade. Genial!


E lá vem os Cyberman MONDAS!



Quando estávamos perto do fim e nada dos Cyberman de Mondas aparecer, pensei: deu ruim! Os previews dos episódios começaram a ficar sinistros e eu lembrei que foram esses malditos que levaram o Primeiro Doutor (que coisa mais triste, maquiavélica e maravilhosa). Eu estava pensando que não tinha mais surpresas e esses Cybermans, olha! Quem ainda não viu, antes de assistir, dá uma olhadinha no último arco do Primeiro Doutor. De repente dá uma olhada em outros episódios com Cyberman também.

Acontece que o Cyberman é um monstro que volta e meia aparece na série, mas nem todo mundo curte muito. Eu acho o máximo! A gente fala tanto em evoluir, e eles são evolução. Seres humanos bem sucedidos parece que não têm sentimentos. E os Cyberman são um upgrade perfeito. Máquinas com base humana transformada para não sentir coisa alguma. São implacáveis em suas ações. E deixam o Doutor louco com aquele DELETE do capeta.

E então o Moffat vem com a novidade (que não vou contar). Sério. Respeitei o cara pela primeira vez desde que ouvi o nome dele pela primeira vez. Todos as temporadas dele têm problemas, tem resoluções questionáveis, pontas soltas, o caramba! E junto em sua última temporada, última temporada do Capaldi, ele faz um fechamento brilhante!


CORRE QUE LÁ VEM SPOILERS




É claro que o homem não poderia deixar a série sem dar a sua última cagadinha. Achei repetitivo colocar a companion dentro de um dos monstros (de novo) sem perceber no que tinha se transformado. Pior ainda foi não matar a mulher de uma vez, transformá-la em algo fantástico e mandá-la passear pelo universo. Para fazer isso, algumas besteiras de edição/texto, não sei, aconteceram. Algumas falas e ações finais da Bill foram toscas.

Uma delas foi "confirmar" com o Doutor e o Nardole que eles sabiam que ela gostava de meninas da idade dela. Isso ficou solto, justo na despedida, que era para ser dramática. E depois, na despedida final, dentro da Tardis, a mocinha fala que o universo é imenso, mas que ela espera encontrar ele ainda algum dia. Mas, como, se ela nem sabe do truque dos Senhores do Tempo para enganar a morte?

Eu, inclusive acho que ela só deixou a Tardis porque achou que ele não voltava mais, que tinha acabado. Então... O que raios foi aquela despedida? Serviu somente para dar a pontinha de desperança, a lágrima que fez o doutor acordar (Olha o clichêzão aí gente!). 


Capaldi tá possuído, ele não vai não!



O 12º Doutor passa dois episódios em estado de quase regeneração, aquela mãozinha brilhando o episódio inteiro. Quando ele é acertado pelo maldito Cyberman já estava mais pra lá do que pra cá. E quando acorda, entre lágrimas, a gente vê todas as companions maravilhosas, a Clara e a Martha também (KKKKK) chamando por ele, que se levanta "o 11º" lembrando de quando era o Doutor, vê "o 10º" fazendo birra dizendo que não quer ir. E todos esses Doutores no corpo do baita ator que é o Peter Capaldi. Foi brilhante literalmente.

E daí eu já estava soluçando querendo entrar para dentro da TV quando nada mais, nada menos, do que o Primeiro Doutor surge no episódio, esnobando o 12º Doutor. GE-NI-AL. Eu me arrepio só de lembrar disso. E é assim que o episódio termina. Não tem regeneração (ainda), eu já tô querendo que o 12º faça como o 10º e nos dê mais uma palhinha de uma temporada. Estamos cansados de mudar tambem, fica Capaldi!


O Especial de Natal - E que especial!




Parei de clicar em links assim que o episódio final da 10ª temporada acabou. Eu não quero saber quem vai ser o próximo, nem como vai ser esse episódio MAIS QUE ESPECIAL com um pouco mais do Primeiro Doutor.

É claro que William Hartnell, que interpretou o 1º Doutor (saiba mais dele aqui) já foi pro céu de Gallyfrey. A BBC achou um outro ator com a voz e aparência muito parecidas. É emocionante vê-lo interpretar o personagem. Ah! Nostalgia. Assistir Doctor Who em re-com (vídeo com áudio original montado com fotos) faz a gente amar esse Doutor. Não dá pra explicar. Os episódios são toscos, o Doutor é meio tosco, e quando ele vai embora dá aquela saudade.

Doctor Who é um personagem rico, não por acaso é série mais antiga do mundo ainda no ar. Fãs foram assumindo roteiro, direção, elenco, e o resultado está aí. Peter Capaldi é um grande fã da série. E só pode ter sido ideia dele oferecer "jelly baby" em meio ao caos. Assim como as falas dos seus antecessores, o discurso final.

Fico me perguntando o quanto ele e Moffat confabularam sobre esse final apocalíptico com direito Cyrber Mondas e 1º Doutor. Um especial de Natal mágico se aproxima. Minha sugestão é que quem leu esse texto até aqui corra pra página do Universo Who, baixe tudo, assista tudo, ainda dá tempo de se tornar um Whovian.

Ainda não estou pronta para dizer adeus ao 12º Doutor. As sessões de rock na TARDIS vão deixar saudades. Sem mais...


=P

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