terça-feira, agosto 31, 2021

Resenha | A vespa esmeralda, por Maikel Rosa

 Outro dia fiz um post falando das novidades no sci-fi nacional, e “A Vespa esmeralda” de Maikel Rosa, é uma delas. O autor faz parte do selo Saifers (Saiba mais sobre o SAIFERS BR aqui), já li e reli esse livro, embora só agora traga a resenha aqui para o blog.

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"A vespa esmeralda" traz um elemento de ficção-científica pouco explorado na literatura Sci-fi: a consciência que troca de corpo. Algo que já vimos em filmes, séries e até em desenhos animados. Quem não lembra daquele episódio clássico do pica-pau com o cientista maluco? 


Exceto pelo episódio do Pica-pau, que embora seja uma piada, explica a ciência torta usada pelo Professor Maluco, a maioria das histórias não se preocupa muito em apresentar a explicação científica que possibilita essa mudança. Em “A vespa esmeralda”, Maikel leva essa questão bem a sério e de forma muito simples, explica como essa mudança é possível. 

Em seu romance, não há uma troca de cérebro, a mente que “habilitada” deixa o seu corpo e invade outro. Como isso acontece e as consequências, só lendo o livro pra saber. A primeira vista pode parecer confuso, mas a história está muito bem contada e a gente entende tudo.


Resenha de “A vespa esmeralda”

Após uma complicação durante a doação de sangue, Lauren entra em coma e quando desperta, está do outro lado do oceano, no corpo de uma criança. Sem entender o que está acontecendo, ela inicia uma busca por respostas que vai desencadear um suspense cheio de tensão e mistério envolvendo uma corporação científica bilionária chamada Indigo.

Para tentar explicar a sensação causada por essa história, uso como referência a série Sense8. Alguns elementos referentes a transição da personagem entre os hospedeiros, e um “problema” que ela encontra pelo caminho, são bem parecidos. Inclusive me fez pensar em "erros" que os personagens cometem porque (provavelmente) não assistiram à série. Eu briguei muito com eles por isso! 

Outra boa referência para entender como a história se desenvolve é o livro "Interferências" da Connie Willis. A semelhança entre eles se dá pela leveza da história na explicação do elemento criativo e por acertar a mão no sci-fi tornando a leitura fácil e interessante para qualquer leitor.

“A vespa esmeralda” tem dramas envolvendo os personagens em diferentes núcleos, seja na realidade da família brasileira que tem a sua história atravessada por esse evento com a Lauren, na vida de personagens que se vêem envolvidos nessa trama, até as problemáticas relacionadas com o uso de corpos, feitos pelos personagens com essa “habilidade”. 

O romance traz ainda ficção-científica leve, ou soft sci-fi para quem está familiarizado com o termo, vilões sendo vilões, plots e mais plots, personagens adoráveis e um romancinho para apimentar um pouco a leitura. 


Sobre o autor

Dono de uma escrita fluida, Maikel Rosa impressiona pelas ideias bem desenvolvidas, a clareza, ritmo intenso e pela história criativa e envolvente.

Enfim… Tudo muito bem dosado, interessante, recomendo demais! 

Para quem se interessou, o livro digital pode ser comprado na Amazon, está disponível no Kindle Unlimited. 


Para quem prefere o livro físico, o exemplar pode ser comprado diretamente com o autor. É só mandar um direct no Instagram @escritor.scifibr

E, se quiser conhecer outros títulos do autor, acesse a página do Maikel Rosa na Amazon clicando aqui.

quinta-feira, agosto 26, 2021

Livros nacionais são tão bons quanto estrangeiros?

"Leiam mais nacionais, apoiem a literatura brasileira, o escritor nacional contemporâneo", essas são frases que ouvimos muito por aí quando se é leitor e divulgador de conteúdos literários. Mas, os livros nacionais são tão bons quanto os estrangeiros? Vou cavar a minha cova neste post? Leia esse texto até o fim e descubra! 




Há alguns anos comecei a escrever conteúdo para divulgação  de literatura. Inicialmente, a ideia foi registrar o que eu lia em resenhas bem pessoais para que eu guardasse melhor na memória o que estava lendo. Eu costumo esquecer muito rapidamente. Então comecei a explicar e falar na internet sobre as minhas leituras.

Esse "hábito" despertou o interesse de algumas pessoas, assim consegui seguidores e percebi um mercado gigantesco de escritores fazendo a divulgação dos seus livros. Os quais viram nesses meus canais uma oportunidade de ampliar o seu alcance. São muitos pedidos de leitura e revisão que recebo desde então. E neste post, vou tentar contar um pouco sobre essa experiência.


A experiência de ler livros escritos por brasileiros

Vou aqui descartar o óbvio, Clássicos da Literatura Brasileira são presentes do passado (olha que poético isso!), temos grandes nomes da literatura mundial por aqui, começando pelo nome que já deve estar latejando na sua cabeça: Machado de Assis. Ele é estudado no mundo inteiro, suas obras são perfeitas, para além da escrita. 

O autor fazia crítica social e construía suas histórias em camadas a serem desvendadas pelo leitor. Ele contava a história do Brasil nas entrelinhas, enquanto distraía o leitor com uma trama ficcional em primeiro plano. Fora do Brasil, os gringos consideram Machadão, como consideramos Dostoiéviski por aqui, só pra terem uma ideia.

Temos outros grandes nomes, como Rachel de Queiroz, Emília Freitas, Clarice Lispector (que embora seja ucraniana, é praticamente brasileira KKKK), Graciliano Ramos, Lygia Fagundes Telles, Moacyr Scliar, Cora Coralina, Carlos Drummond de Andrade e tantos outros. 

Ou seja, para os livros clássicos: Sim, livros nacionais são tão bons quanto os estrangeiros. Estou chamando de clássicos aqueles autores já consagrados, e que "pra mim" e para leitores comuns já se tornaram clássicos. Não estou seguindo o rigor do estudo literário no qual vários deles seriam considerados contemporâneos, é bom avisar.




E quanto à literatura brasileira atual? 

Sim, tem muitos autores que já conquistaram seu lugar ao sol, que seguem uma linha literária "profissional", com editores e editoras que fazem um trabalho impecável. É assim com Conceição Evaristo, Aline Bei, Daniel Galera, Raphael Montes, cujos livros deixam nada a desejar aos que vêm de fora (alerta de ironia: "nem parecem brasileiros"). 

A grande questão, acredito, é com os autores independentes. E nessa área, bem, foi aqui que a minha experiência foi traumática e contraditória.


Publicar um livro está muito fácil!

A facilidade de publicar um livro hoje é absurda. Qualquer pessoa, às vezes basta ter um celular, pode escrever uma história e publicá-la. Seja no formato digital, em plataformas gratuitas como o Wattpad, distribuição gratuita, ou na Amazon, cobrando preços simbólicos, ou livro impresso. 

Qualquer um pode mandar seu livro para uma gráfica e imprimir o número de cópias que desejar. Existem vários serviços para auxiliar na preparação do material, revisão, preparação de texto, editoração e etc para uma publicação independente de editoras. E a pessoa sempre pode simplesmente mandar o arquivo feito por ela para a gráfica imprimir. 

Esse livre acesso à publicação é muito positivo, porque não dependemos mais de agentes literários, não fica na mão das grandes editoras decidir que história será publicada ou não. Não há controle. Assim, histórias maravilhosas, bem desenvolvidas, com trabalhos de revisão impecáveis podem chegar na nossa mão. 

Esse livre acesso à publicação, por outro lado, é muito negativo, porque qualquer texto pode ser publicado, revisado ou não, de qualidade ou não, com problemas de estrutura, linguagem, adequação, divulgação de ideias imbecis... Não há controle.

A verdade é que o cenário da literatura independente é uma loteria! Tem livros excelentes, e livros que são ruins. Às vezes, por falta de cuidado e assessoria, revisão crítica ou ortográfica, um olhar profissional para aquele texto. 


Agora começam as contradições... Observe!

Eu acredito que todo livro tem o seu público. Existe também o direito da pessoa realizar o sonho de publicar as suas ideias, de ter um livro publicado e etc. Tem histórias, com tramas e cenas desnecessárias, ou mal contadas. Histórias que ofendem, discriminam, perpetuam preconceitos e costumes arbitrários, como o machismo ou a homofobia, padrões sociais já ultrapassados como o culto à beleza... 

Nesses casos, será que a pessoa tem direito de publicar também? É válido colocar um livro no "mercado" que presta desserviço à sociedade? 

O mundo sem sensura é bem esquisito. No momento em que todos têm direito a se expressar, pode um misógino, racista, homofóbico, gordofóbico, pra resumir: um escroto, escrever e publicar um livro com o texto que quiser, sem filtro? Pode-se ler um escrito desses e aplaudir porque ele domina a escrita, ou porque é nosso amigo, justificando que não fez por querer, passar pano para esses "detalhes" sórdidos? Eu não consigo.




Para mim, é aí que a falta de controle do que vai ser publicado peca e muito. Todo escritor deveria:

  • Ter consciência de que sua obra pode ter problemas e submetê-la para revisões;
  • Enviar seu livro para leitores betas avaliarem a história e considerar as avaliações;
  • Aceitar críticas de grupos sensíveis, verificar se não há ofensa a grupos sociais;
  • Submeter seu texto para revisão ortográfica para garantir que o leitor vai ter acesso a um texto escrito em língua portuguesa correta, já que uma das funções da leitura é consolidar o conhecimento do idioma;
  • Pesquisar sobre os temas que escreve para não incluir informações imprecisas ou incorretas no seu livro;
  • Preocupar-se com a coerência e relevância do material que está oferecendo ao público.

Li um grande número de livros e contos escritos por autores independentes. E notei que poucos se preocupam com os itens citados antes. Vários deles eu sequer fiz resenha:

  1. Porque não sei da realidade da pessoa, porque resolveu publicar o livro daquela forma;
  2. Por acreditar que falta assessoria, às vezes pode ser falta de dinheiro, para entregar um trabalho melhor;
  3. Para não dar palco para um livro que acredito que não deve ser publicizado.


A minha experiência com livros de escritores independentes

Já tive a oportunidade de fazer leituras betas e nunca cobrei por isso. Justamente por acreditar que o escritor independente tem dificuldades e custos demais, sem retorno sobre o investimento. Assim como eu, vários leitores se dispõem a ler e avaliar livros de autores independentes. Então, basta que o escritor se preocupe com isso, para que procure apoio para lançar seu trabalho da melhor forma possível.

Voltando à questão da resenha, não gosto da ideia de divulgar um livro que não julgo bom apenas para "apoiar" o escritor. Não que eu seja a dona da verdade, e por isso não resenho. Porque, não tenho conhecimento técnico para afirmar que um trabalho é realmente péssimo e desnecessário. 

E, porque, caso fosse dona da verdade, vamos supor, eu publicaria a resenha com as críticas necessárias e isso serviria para quê? O livro já está publicado, não há mais o que fazer. Poderia apenas ofender e desencorajar um escritor que talvez só não tenha recebido o suporte necessário. 

Por outro lado, se eu posto a resenha, isso é publicidade. Então minha forma de contribuir para não passar essa ideia ruim adiante é não divulgando o trabalho. Em alguns casos, converso com o autor e explico o que ele pode melhorar para as próximas publicações. 



Isso quer dizer que os livros nacionais independentes não são tão bons quanto os livros estrangeiros? 

Não sei! Nunca li um independente de outros países para fazer tal comparação.

O que posso afirmar é que tem muito livro de escritor independente que merece um lugar na sua estante. Livros muito bem escritos, desenvolvidos, ideias originais. Tão bons quanto livros publicados por grandes editoras. O que só reforça o talento do escritor, já que poucos deles recebem a mesma assessoria que um escritor contratado numa editora grande. 

Você deve estar se perguntando então...


Como encontrar livros nacionais tão bons quanto estrangeiros?

A resposta para essa pergunta é um pouco mais fácil de encontrar! Praticamente todas as plataformas de venda de livros contam com um sistema de avaliação. Então, ler o que os leitores daquela obra falam sobre o livro ajuda muito a entender se ele é bom, se vale a pena dar uma chance.

Outra dica são as plataformas de registro de leitura como Skoob e Goodreads. Lá os leitores registram a progressão da leitura, avaliam com notas e resenhas. Você consegue ver quantas pessoas já leram, comparar as avaliações e tirar as suas próprias conclusões.

Produtores de conteúdo que leem nacionais e postam suas opiniões nas redes sociais também são boas referências para entender se um livro é bom ou não. Procure mais de uma resenha do mesmo livro, se tiver a oportunidade, troque uma ideia com a pessoa e tire as suas conclusões. 


As avaliações de livros são confiáveis? Nem sempre, mas... 

Quando estiver em plataformas como Amazon, Skoob e etc. Procure por avaliações que deram menos estrelas e compare os argumentos destas com o das pessoas que só falaram bem do livro. É uma forma interessante de ver se as avaliações positivas são confiáveis.

Ao buscar as opiniões de produtores de conteúdo, observe se a leitura foi em parceria (o que pode prejudicar o “julgamento”), se as demais resenhas desse produtor costumam ser sinceras. Quando a pessoa nunca fala mal de livro nenhum, mesmo que não tenha lido em parceria, é difícil saber se ela está sendo sincera. 

Mas, existem algumas pistas que ajudam a entender melhor a avaliação. Às vezes, a pessoa não reclama de nada, mas indica só os pontos positivos, motivos para ler o livro. Se olhar as demais resenhas dele, pode encontrar mais emoção nas resenhas de livros que ela realmente gostou. Assim você vai conseguir “catar” nas entrelinhas o que não foi dito do livro que ela não gostou.

Por isso é bom buscar mais de uma opinião sobre o mesmo livro. Busque por resenhas negativas para comparar com as impressões positivas que as pessoas fizeram e decidir (de acordo com as suas percepções e interesses) se o livro vale a pena, fazendo um contraponto entre as opiniões que encontrou.

Como você pode perceber, essas dicas servem para verificar se vale a pena dar uma chance a qualquer livro. Não apenas de brasileiros, independentes ou não. Serve também para considerar a leitura daquele livro que estourou no hype e você ficou com vontade de ler.


Os livros nacionais são tão bons quanto os estrangeiros?

Voltando à questão central deste post, tentei aqui trazer pontos para ajudar a entender todo o cenário, que não é tão simples. Temos sempre que avaliar o contexto: são livros independentes ou lançados por editoras? São editoras grandes ou pequenas? Tem editora que sequer revisa o texto do autor, simplesmente editora e publica. Cobram somente para isso. 

Então, um livro publicado por editoras grandes, que fazem o "serviço completo", e aqui incluo uma tradução decente dos escritores estrangeiros, não vai ter muito erro de digitação ou ortografia, coerência, continuidade da história. E isso independe se o livro é de autor nacional ou estrangeiro.

Quando queremos avaliar se o livro é bom ou ruim "para nós", é uma questão pessoal. Neste caso, para saber, só lendo, ou buscando saber com quem já leu, se aquela obra é interessante, se tem elementos bem desenvolvidos, se é o tipo de livro que gostamos.


E as publicações independentes?

Quanto aos livros independentes, bem... De novo! Tem que ler pra saber ou buscar se informar. 

Vale lembrar que escritores independentes normalmente têm perfis em redes sociais, onde falam dos seus livros com bastante frequência. Assim, você pode seguir a pessoa, ver se se identifica com as ideias dela, ver o que ela divulga sobre o livro, conhecer a sua escrita pelos posts. E isso pode ser bem interessante para definir se vale a pena ou não dar uma chance para o livro dela.

Há também "editoras independentes" ou grupos, associações, de escritores de um determinado gênero. Como a Editora Draco, Minna Editora, ABERST (Associação brasileira dos escritores de romance policial, suspense e terror) ou a iniciativa SAIFERS BR (Autores independentes de Ficção Científica Nacional) saiba mais aqui, dentre outras, que estabelecem requisitos para um texto receber o seu selo.

Essas características também ajudam a identificar obras que tiveram cuidados com a publicação, revisões e todas aquelas etapas para melhorar a obra e garantir que tecnicamente ele seja de qualidade.




Livros nacionais ou estrangeiros? Não importa...

A conclusão para essa conversa toda é: num mundo em que a publicação é livre, o ideal é buscar as ferramentas disponíveis em meio a essa liberdade, para tentar garimpar boas obras e se divertir com a leitura. Tenha a mente aberta para "dar chance" ao livro nacional, tanto quanto ao estrangeiro. Mas, não faça disso uma religião.

Quando adentrar a este mundo e pesquisar por aí, você vai notar uma tentativa de "controle" da sua leitura. Textos e vídeos querendo desmerecer leitores que só leem estrangeiros, julgando que são despatriados, sem consciência de classe e outras merdas. Vejo muito disso em perfis de escritores brasileiros, que se sentem injustiçados frente à concorrência da literatura mundial já "consagrada".


Somos livres para ler o que quisermos

Veja bem! Somos livres para ler o que quisermos, aquilo que nos faz bem, que precisamos, ou seja lá porque motivo você lê. É legal apoiar a leitura nacional? É. Mas isso não é regra ou obrigação, cada um lê o que quer. Não se sinta intimidado por esses discursos. 



Ler best-sellers é bom, ler autores como Octavia E Butler, Stephen King, Margaret Atwood, Isaac Asimov, Ray Bradbury, Fiódor Dostoiévski, Haruki Murakami, Agatha Christie, [adicione aqui o seu autor favorito], é bom demais! E faz parte inclusive da formação de um leitor, ler um pouco de tudo para ter uma noção geral da literatura, poder comparar as obras, autores, gêneros, se descobrir enquanto leitor, ou passar a vida lendo a mesma coisa. Cada um sabe de si!

Nota maldosa: vejo escritores que só leem estrangeiros, essas são as suas referências para os seus escritos, pregando que nós "reles mortais" devemos ler livros nacionais e apoiar a literatura brasileira. Querem o quê? Que a gente consuma o que eles digeriram das grandes obras? 

Enfim... a hipocrisia!


E pra finalizar esse texto "monstro", apenas leia! 

Eu acredito que ler abre a mente, ajuda a esclarecer as ideias, é aprendizado, é intelectualmente enriquecedor, mas, acima de tudo, é diversão. Ler tem que ser prazeroso.


Fim!

=P

segunda-feira, agosto 23, 2021

Se é para se inspirar, que seja com Douglas Adams

 Citar um livro inspirador nunca é fácil (pra mim). Tem livro para cada momento da vida, gosto de vários gêneros diferentes, tenho favoritos em cada um deles. Então imaginem o quanto tive que pensar quando a mybest Brasil pediu pra eu fazer uma resenha do meu livro inspirador?



Apesar de ser difícil, peguei Douglas Adams, porque o muso Sci-fi é único. Um dos poucos escritores que conseguem fazer humor e ficção científica "de primeira", cheio de referências à cultura nerd e com embasamento científico nas suas loucuras.

Sabe qual foi o desafio maior ainda? Conseguir escrever uma sinopse à altura desse livro que é tudo pra mim! Que, como vocês viram na foto é o Guia do Mochileiro das Galáxias.

Confere a minha resenha lá na mybest Brasil: Conheça 16 Livros Inspiradores Indicados por Produtores de Conteúdo

Além da minha resenha, tem outros 15 produtores de conteúdo indicando seus livros favoritos, tem muita indicação boa!

=P


sexta-feira, agosto 13, 2021

Resenha | Onde Kombi alguma jamais esteve, de Gilson Cunha

Uma das coisas mais legais da vida de leitora é descobrir novos universos onde se perder. E é assim que Gilson Cunha e o seu livro "Onde kombi alguma jamais esteve" entra pra minha história. 




No final de março de 2020, o livro esteve gratuito ( eu já tinha ouvido falar dele antes, e fiquei na vontade) mas, dessa vez resolvi espiar pra ver do que se tratava. E o que era pra ser só uma espiada, virou uma leitura alucinada. Gilson despertou meu interesse da capa à última linha dessa história!


O que você encontra em "Onde kombi alguma jamais esteve?"

Quando o título diz que a Cremilda, a Kombi, esteve onde nenhuma outra ousou sonhar em ir, é porque ela foi turbinada. Ganhou uma inteligência artificial e a capacidade de viajar no tempo, espaço e no não-tempo. Qual leitor de Sci-fi não fica empolgado com uma promessa dessas?




Se até aqui a história já tinha conquistado a minha atenção, imagina quando conheci o cara que dirige essa Kombi, o Alfredo, Alfredão para os íntimos! Um personagem marcante, louco, cativante, apesar de bizarro. Pra mim, Alfredão é uma mistura de Doctor (Who), Arthur Dent (não vou explicar quem é) e o tiozão que todo mundo tem. Desagradável, mas querido ao mesmo tempo. 

A narrativa é divertida, com pontos de crítica e ironia inacreditáveis, e seriedade. São nesses momentos que o protagonista mostra o seu grande coração e sabedoria, adquirida nos seus mais de 2 mil anos. Pois é, o homem foi modificado (geneticamente?) e recebeu alguns apetrechos transhumanistas numa situação muito inusitada, assim como a sua Kombi, a Cremilda.

O enredo é muito bem amarrado. Além das idas e vindas no tempo, tem muitos elementos sci-fi e é recheado de referências da cultura nerd/geek e pop. Gilson é um aficcionado por nerdices e afins, praticamente uma enciclopédia ambulante para essas questões. E neste livro, usou muito desse conhecimento para tornar a trama mais interessante e divertida.



Vale dizer que o estilo de escrita dele e o "tom" de "Onde kombi alguma jamais esteve" me lembrou muito o do Douglas Adams, e o "O Guia do Mochileiro das galáxias". Isso já explicaria por que fiquei tão impressionada. O autor soube trazer essa técnica doida para a realidade brasileira, culturalmente falando, com regionalismo bem dosado. Incrível!

E eu não vou dar a sinopse, porque nada que eu diga aqui vai dar a noção real do que é esse livro. Peço apenas que confiem na minha palavra e leiam

É mais um sci-fi perfeito para a literatura brasileira contemporânea e eu só tenho a agradecer a quem me indicou essa leitura (e se não cito nomes é porque não me lembro mesmo!).

E para quem ler e gostar de "Onde kombi alguma jamais esteve", saiba que o autor está escrevendo prequel e já tem em mente uma continuação. Além disso, histórias paralelas dos personagens aparecem em outros contos já publicados. 

Vou deixar o link para alguns deles que podem ser comprados na Amazon a seguir.




Gilson Cunha é Escritor Saifers BR


Já falei aqui em outra oportunidade (A Ficção Científica Brasileira está de cara nova!) sobre este grupo de escritores e leitores unidos pelo amor ao sci-fi. Para saber mais sobre a iniciativa Saifers BR, acesse o site oficial clicando aqui.

Gilson Cunha é biólogo, doutor em genética e biologia molecular pela UFGRS, além de escritor, ele também tem alguns canais de entretenimento. No Instagram e no Youtube, com o canal Café Neutrino. No canal ele desvenda algumas curiosidades científicas, fala de sci-fi e faz passeios aos sebos num quadro muito divertido. 

Vale a pena conferir!

quinta-feira, agosto 12, 2021

Resenha | Forrest Gump, Winston Groom

 Esqueça o filme, leia o livro "Forrest Gump", de Winston Groom. Não estou aqui afirmando que o filme é um lixo, só que você deve esquecer o filme e ler o livro com a mente aberta para conhecer essa história como o autor quis nos contar.



Esta é mais uma daquelas histórias que foram distorcidas a ponto de se perder na adaptação. Forrest Gump não é sobre o patriotismo bobo estadunidense, nem sobre um idiota ingênuo e fofinho, nem sobre o "sonho americano". 

Você vai ficar pasmo ao saber que não existe o banquinho, o "corra, Forrest, corra", nem a pena voando que conduz toda a história, dentre outras coisas. O filme tem, apesar da mensagem distorcida, um tom poético, uma estética interessante. Mas, voltemos ao livro!

A história é construída entorno de um cara que aceita o título de "idiota" por "maioria de votos" e passa a vida sendo humilde e guardando pra si a sua visão perspicaz sobre o mundo e as pessoas que o rodeia. E o cara tem ideias que fazem TODO sentido, expondo como o mundo é estranho e as pessoas, no mínimo, maldosas e hipócritas.


Forrest Gump, o livro

No livro, assim como no filme "Forrest Gump", acompanhamos um desfile de situações absurdas. Algumas chegam a ser engraçadas, mas a maioria provoca reflexões sobre a vida e as relações humanas. Tal qual ao filme. A diferença, é que no livro a mensagem é outra. 

Para o leitor, fica a pergunta constante, incomodando "quem é o idiota afinal?"

Gump se envolve com diversas instituições estadunidense, como a Nasa, o exército, a escola, o governo, desmascarando-as. Uma crítica ferrenha a todas elas.

Houve um tempo em que achei o filme muito bom, mas "Forrest Gump" é bom mesmo no livro. Salta aos olhos as diferenças dos personagens no livro, em relação ao filme, evidenciando a mensagem tosca, desconstruindo toda a crítica que encontramos no livro.

Essa é uma resenha do livro, por isso digo mais nada sobre filme... Quem ainda não leu, recomendo! É uma história cativante, interessante e divertida, com altas doses de ironia.




Edição de 30 anos de Forrest Gump

E essa edição especial de aniversário da Aleph está incrível! Ainda que toda a ideia remeta ao filme, grande jogada de marketing, foi ilustrada pelo Rafael Coutinho. 

A tradução, feita pela Aline Storto Pereira é brilhante. Forrest tem um jeito peculiar de falar e as escolhas dela para nos transmitir essa ideia foi genial. A narrativa ficou perfeita, parece que Forrest está no nosso ouvido contando a história. 

No final do livro, tem um artigo da professora Isabelle Roblin: Da página à tela, a reformulação de Forrest Gump. Nele é analisada a adaptação feita para o filme, traçando um paralelo em relação ao livro e apontando as diferenças. Um texto de apoio esclarecedor, digno de um livraço como este do Winston Groom.


Abaixo tem o link para ver o livro Forrest Gump, de Winston Groom na Amazon. 



Sinopse da Aleph


Essa é uma edição comemorativa de 30 anos de Forrest Gump, a indispensável obra de Winston Groom que inspirou o clássico do cinema estrelado por Tom Hanks. A obra de Winston Groom é bastante diferente do versão dos cinemas, com um texto mais polêmico, cenas de sexo e linguagem mais pesada. Entre os extras dessa edição estão: treze ilustrações internas, criadas pelo ilustrador, pintor e animador brasileiro Rafael Coutinho, que se considera um grande fã da obra e um ensaio comparando o livro à sua adaptação cinematográfica, feito pela francesa Isabelle Roblin - professora da Université du Littoral Côte d'Opale. A edição especial vem com duas ilustrações de capa em uma só jaqueta, impressa em ambos os lados, o que permite ao leitor escolher o seu design favorito. O design da capa é de Pedro Inoue.


Sobre o Autor


Winston Groom nasceu nos Estados Unidos, em 1943. Após servir o exército e até lutar no Vietnã, trabalhou como repórter em Washington. Escreveu 16 livros, inclusive Forrest Gump, Forrest and Co., Patriotic Fire, Shrouds of Glory e Conversations with the Enemy (com Duncan Spencer), finalista do prêmio Pulitzer. Atualmente mora com a esposa e a filha em Point Clear, no Alabama.

quarta-feira, agosto 11, 2021

Transferência mental ou backup do cérebro é possível?

Será que é possível fazer a transferência da nossa mente para uma pendrive? Pode não parecer, mas fazer um backup do cérebro pode ter muitas aplicações interessantes!



Os robôs já não interessam tanto a ficção como antigamente. O transhumanismo invadiu a ficção e vem ganhando cada vez mais espaço em séries, filmes e livros. Para quem não está familiarizado com o termo, trata-se de, em linhas gerais, integrar o corpo humano com tecnologias que aprimorem nossas capacidades físicas ou intelectuais.

Se pararmos para pensar, já vivemos um grau "steampunk" de transhumanismo, com os avanços tecnológicos para dar mais qualidade de vida a pessoas com deficiência, mesmo as mais leves como uma miopia. Óculos e lentes de contato, próteses e pinos para corrigir fraturas são ótimos exemplos disso.

Mas, sem dúvida, a possibilidade de ampliarmos a nossa capacidade intelectual é muito desejada. Talvez até mais do que uma tecnologia que nos deixe fortes, resistentes ou imbatíveis fisicamente. Ter memória sem limites, capacidade de aprendizado... transferir a mente para uma máquina definitivamente nos daria muitas vantagens.

A tecnologia é "necessária" para atender a situações como armazenamento de memória em tempo real ou não, para integrar outro corpo, gerar ambiente virtual para quem tem limitações físicas, mais algumas que devo ter esquecido... Para todas elas, antes precisaríamos de um backup do cérebro

O passo seguinte seria reproduzir os dados de forma a simular o modo de pensar e a consciência fora do corpo, em ambiente digital. Esse processo é importante para que se aprenda como o cérebro funciona, como ele pensa, grava e recupera informações.

Outro sonho de alguns (malucos, eu diria), é a vida eterna, seria a imortalidade possível? Com esse corpinho orgânico que a natureza nos deu, fica realmente difícil. Ele é limitado demais para os planos de viver para sempre e poucos avanços científicos em estudo hoje nos permitiria isso. Mas, com a consciência salva dentro de um chip, com a capacidade de operar de dentro de um computador, corpo robótico, ou atuar "da nuvem", poderíamos viver para sempre, já imaginou? (que pesadelo!)

Bem, muitos autores têm imaginado isso, e já li alguns livros sobre este assunto, então fui buscar algumas informações "do mundo real" sobre o que já se estudou e ainda se pesquisa para evoluir essa ideia futurista de transferir a mente para um chip ou fazer backup do cérebro.


É possível fazer um backup do cérebro?


E, pasme! Tem alguns estudos bem consistentes nessa área. Uma matéria que aborda em detalhes esta questão é  a "É possível fazer um 'back up' do cérebro?" publicada pela BBC. 

O artigo começa abordando as possibilidades tecnológicas existentes. Algumas empresas já vêm trabalhando no armazenamento da "vida digital" das pessoas e disponibilizando-as em forma de "time line". Assim, é possível acessar emails, tweets (MEDO!), dados do Facebook e o que mais a pessoa cadastrada tiver compartilhado na rede. 

Serve basicamente para as pessoas relembrarem a vida da outra após a morte. Eu fiquei pensando aqui no que teria no meu arquivo se morresse hoje...


Então, assim, não vejo muito sentido, e me preocupo com os conteúdos dos últimos emails que troquei, o que andei recebendo. Imaginem se aquele spam que a gente recebe sempre, nada a ver, daqui há uns 10 anos, pareça que ter sido relevante porque não o deletamos? Alguém pode achar que eu realmente precisava renegociar minhas dívidas.

Enfim... Voltando ao assunto, já que o caso anterior se referia ao salvamento de memórias, e não da transferência da mente para o meio digital, a matéria da BBC cita alguns estudos interessantes.


Pesquisas na área de transferência ou cópia do cérebro para o meio digital


Assim descobri que na Inglaterra tem um Instituto Futuro da Humanidade (The Future of Humanity Institute, Oxford University), que tem pesquisado como recuperar os dados do cérebro e reproduzir o seu funcionamento fora do corpo.  Primeiro eles imaginam pegar esses dados para desenvolver modelos para que então seja feito um simulador. Algumas partes já foram escaneadas nesse Instituto, pelo pesquisador Anders Sandberg

Ele tem muitos artigos na área de computação e inteligência artificial, esteve em várias conferências militares, inclusive. 

Aliás, não citei antes porque estou falando sobre migrar a mente humana para o computador. Mas, uma das vantagens de se desenvolver a tecnologia que permita o upload do cérebro é entender como ele funciona. A partir desse conhecimento, seria possível (acredita-se) desenvolver inteligências artificiais que possam de verdade dominar o mundo

Vale lembrar que as inteligências artificiais desenvolvidas até então estão "presas" na programação em que foram desenvolvidas. Para que elas possam pensar por elas mesmas, aprender e se transformar, precisariam de mais do que um raciocínio lógico baseado em "IFs" e "ELSEs". Questão: Será o cérebro positrônico dos robôs de Asimov fruto do entendimento do cérebro humano após uma transferência mental? Papo para outro post! 




O Google, é claro, tem um projeto Google Brain (tem artigos e mais informações no Google Research), que tenta simular aspectos do cérebro humano. Um dos desafios que estão tentando superar é entender os circuitos por meio dos quais a mente humana pensa e lembra.

Na Rússia, Dmitry Itskov, fundou um projeto batizado de "A Iniciativa 2045" (site oficial 2045.com). O nome se baseia em uma previsão, feita por Kurzweil, de que em 2045 seremos capazes de fazer um back up de nossas mentes na nuvem. O empresário, ricaço, visa a imortalidade. Não divulgou dados das pesquisas, mas parece que tem investido mesmo no projeto sob o comando de Randal Koene, diretor de ciência da "Iniciativa 2045".


Pensa na ciência envolvida para simular o cérebro humano! 


Além de conseguir copiar o cérebro, entender como tecido orgânico pensa, organiza ideias, gerencia memórias, reproduzir isso numa cópia digital é ainda mais "absurdo". O que nos indica que há muita pesquisa séria sendo desenvolvida.

Os pesquisadores da área da computação tentam entender o funcionamento do cérebro usando que conhecem: a informática. Imagina o índice do cérebro para as coisas que vimos, ouvimos e experimentamos ao longo da vida! Todo o nosso raciocínio está associado às memórias, o cérebro vai fazendo associações. E esse é o motivo pelo qual é essencial fazer uma cópia completa. Foi o que disse o pesquisador Anders Sandberg, de Oxford, na matéria da BBC.

Outra afirmação preocupante, é que provavelmente essa "cópia do cérebro" talvez não seja possível sem destruí-lo. E aí, questões éticas entram em cena, sem contar que o número de voluntários vai ser bem restrito. Imagine a promoção: Frite seu cérebro, mas ganhe a possibilidade de viver para sempre, digitalmente! (OK! Não teve graça!)




Digamos que tudo isso funcione, qual a máquina, os chips, a tecnologia envolvida para que tudo funcione perfeitamente? Já tem alguns estudos, um deles apoiado na Lei de Moore, que especulou tudo que seria preciso em termos de hardware e outras coisinhas. Para quem sabe ler inglês e se interessa pelo tema, clique aqui


Viabilidade técnica "ok", e agora?


E até aqui falei só da viabilidade técnica. Já imaginou se eles conseguem realizar esse projeto? O cérebro "desperta", é digital, está num computador, numa rede? Como é isso? Não ter um corpo? Boa parte do que somos está ligado aos nossos sentidos, é como percebemos o mundo, não é? Essa cópia é "a pessoa", é outra? Que direitos ela tem? 

Não faço ideia de como responder a essas perguntas, mas pensar sobre elas é muito interessante. E, estejam certos, tem muitos neurocientistas envolvidos nessas pesquisas e, caso cheguem a obter sucesso, muitos outros pesquisadores e legisladores terão de entrar em ação. 


Livros sobre transferência mental e/ou backup do cérebro


Na ficção, não pensem que esqueci dos livros, tem muitas histórias especulando essa coisa toda de transferência mental. 

Vou citar aqui os que têm a trama mais relacionada com essa questão do backup ou transferência da mente que já li e são meus favoritos. Basta clicar nas imagens para acessar a página, ver a sinopse e etc.

quarta-feira, agosto 04, 2021

Resenha | Devoradores de estrelas, de Andy Weir

 Temos um favoritado do ano! "Devoradores de estrelas", de Andy Weir é um dos melhores livros de ficção científica contemporâneo. E não é exagero!



Quem leu "Perdido em Marte", deve lembrar do personagem gambiarreiro explorando ao máximo sua inteligência e conhecimentos para sobreviver. Se leu "Artemis", deve ter percebido como o autor evoluiu na construção de seus personagens, apresentando uma protagonista forte, inteligente, desafiadora e carismática.

Pois em "Devoradores de estrelas", ele conseguiu reunir o que tinha de melhor nos livros anteriores e fez uma space opera incrível!


Sinopse de "Devoradores de Estrelas"

Grace, um professor do ensino médio que abandonou a carreira na pesquisa depois de uma divergência em relação aos seus estudos na comunidade científica, se vê envolvido num projeto para salvar o planeta. Sozinho em uma nave espacial a caminho de Tau Ceti. Uma estrela na constelação Cetus que é semelhante ao Sol em massa e tipo espectral.

A missão, desconhecida nas primeiras páginas, tem alguns parâmetros nada favoráveis para o protagonista. Vamos descobrido os detalhes com ele, mas até nos esquecemos disso com o decorrer da história. Ela vai se tornando cada vez mais instigante e interessante.


É ficção científica até os ossos!

Usando o artifício de flash back, o autor vai mostrando como Grace foi parar em uma nave espacial, sozinho, e o que ele precisa fazer. E é aí que entra todo drama e a ciência dessa história.

É notável a pesquisa feita para explicar tudo o que acontece. Temos teorias de ciências biológicas, astrobiologia, astrofísica, física, química, climatologia e por aí vai. 



Ele trabalha com teorias aceitas na comunidade científica para vidas extraterrestre, viagens espaciais e tecnologias para enfrentar uma jornada longa no espaço e sair do sistema solar. Lembrou muito Arthur C Clarke, tem referências às pesquisas de Sagan, incluindo o planeta Vênus. É lindo de ver divulgação científica e ficção tão bem relacionadas.


Devoradores de estrelas tem tudo que uma boa história precisa

Nem só de ciência vive "Devoradores de estrelas", o autor consegue inserir discussão política, representatividade feminina na esfera máxima de poder, tem algo cientificamente improvável embasado cientificamente, alívio cômico muito legal (sem spoilers) com um personagem carismático e fofinho, e também fala de amizade e sentido da vida.

É um Sci-fizão cheio de camadas, como a gente gosta. Ele vai dando pistas, explicando teorias e ensinando algumas coisas sobre ciência, aproveitando o tom "professor" de Grace, para que a gente chegue às conclusões junto com o protagonista. Nem sempre meu conhecimento alcançou, então aprendi bastante! 

A história tem momentos críticos e o desfecho é quase poético para o protagonista. É nada óbvia, é perfeita! Não tinha como não favoritar.

Alguém já leu? Gosta de space opera? Conta aí nos comentários! 


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