Esqueça o filme, leia o livro "Forrest Gump", de Winston Groom. Não estou aqui afirmando que o filme é um lixo, só que você deve esquecer o filme e ler o livro com a mente aberta para conhecer essa história como o autor quis nos contar.
Esta é mais uma daquelas histórias que foram distorcidas a ponto de se perder na adaptação. Forrest Gump não é sobre o patriotismo bobo estadunidense, nem sobre um idiota ingênuo e fofinho, nem sobre o "sonho americano".
Você vai ficar pasmo ao saber que não existe o banquinho, o "corra, Forrest, corra", nem a pena voando que conduz toda a história, dentre outras coisas. O filme tem, apesar da mensagem distorcida, um tom poético, uma estética interessante. Mas, voltemos ao livro!
A história é construída entorno de um cara que aceita o título de "idiota" por "maioria de votos" e passa a vida sendo humilde e guardando pra si a sua visão perspicaz sobre o mundo e as pessoas que o rodeia. E o cara tem ideias que fazem TODO sentido, expondo como o mundo é estranho e as pessoas, no mínimo, maldosas e hipócritas.
Forrest Gump, o livro
No livro, assim como no filme "Forrest Gump", acompanhamos um desfile de situações absurdas. Algumas chegam a ser engraçadas, mas a maioria provoca reflexões sobre a vida e as relações humanas. Tal qual ao filme. A diferença, é que no livro a mensagem é outra.
Para o leitor, fica a pergunta constante, incomodando "quem é o idiota afinal?"
Gump se envolve com diversas instituições estadunidense, como a Nasa, o exército, a escola, o governo, desmascarando-as. Uma crítica ferrenha a todas elas.
Houve um tempo em que achei o filme muito bom, mas "Forrest Gump" é bom mesmo no livro. Salta aos olhos as diferenças dos personagens no livro, em relação ao filme, evidenciando a mensagem tosca, desconstruindo toda a crítica que encontramos no livro.
Essa é uma resenha do livro, por isso digo mais nada sobre filme... Quem ainda não leu, recomendo! É uma história cativante, interessante e divertida, com altas doses de ironia.
Edição de 30 anos de Forrest Gump
E essa edição especial de aniversário da Aleph está incrível! Ainda que toda a ideia remeta ao filme, grande jogada de marketing, foi ilustrada pelo Rafael Coutinho.
A tradução, feita pela Aline Storto Pereira é brilhante. Forrest tem um jeito peculiar de falar e as escolhas dela para nos transmitir essa ideia foi genial. A narrativa ficou perfeita, parece que Forrest está no nosso ouvido contando a história.
No final do livro, tem um artigo da professora Isabelle Roblin: Da página à tela, a reformulação de Forrest Gump. Nele é analisada a adaptação feita para o filme, traçando um paralelo em relação ao livro e apontando as diferenças. Um texto de apoio esclarecedor, digno de um livraço como este do Winston Groom.
Abaixo tem o link para ver o livro Forrest Gump, de Winston Groom na Amazon.
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