Uma das coisas mais legais da vida de leitora é descobrir novos universos onde se perder. E é assim que Gilson Cunha e o seu livro "Onde kombi alguma jamais esteve" entra pra minha história.
No final de março de 2020, o livro esteve gratuito ( eu já tinha ouvido falar dele antes, e fiquei na vontade) mas, dessa vez resolvi espiar pra ver do que se tratava. E o que era pra ser só uma espiada, virou uma leitura alucinada. Gilson despertou meu interesse da capa à última linha dessa história!
O que você encontra em "Onde kombi alguma jamais esteve?"
Quando o título diz que a Cremilda, a Kombi, esteve onde nenhuma outra ousou sonhar em ir, é porque ela foi turbinada. Ganhou uma inteligência artificial e a capacidade de viajar no tempo, espaço e no não-tempo. Qual leitor de Sci-fi não fica empolgado com uma promessa dessas?
Se até aqui a história já tinha conquistado a minha atenção, imagina quando conheci o cara que dirige essa Kombi, o Alfredo, Alfredão para os íntimos! Um personagem marcante, louco, cativante, apesar de bizarro. Pra mim, Alfredão é uma mistura de Doctor (Who), Arthur Dent (não vou explicar quem é) e o tiozão que todo mundo tem. Desagradável, mas querido ao mesmo tempo.
A narrativa é divertida, com pontos de crítica e ironia inacreditáveis, e seriedade. São nesses momentos que o protagonista mostra o seu grande coração e sabedoria, adquirida nos seus mais de 2 mil anos. Pois é, o homem foi modificado (geneticamente?) e recebeu alguns apetrechos transhumanistas numa situação muito inusitada, assim como a sua Kombi, a Cremilda.
O enredo é muito bem amarrado. Além das idas e vindas no tempo, tem muitos elementos sci-fi e é recheado de referências da cultura nerd/geek e pop. Gilson é um aficcionado por nerdices e afins, praticamente uma enciclopédia ambulante para essas questões. E neste livro, usou muito desse conhecimento para tornar a trama mais interessante e divertida.
Vale dizer que o estilo de escrita dele e o "tom" de "Onde kombi alguma jamais esteve" me lembrou muito o do Douglas Adams, e o "O Guia do Mochileiro das galáxias". Isso já explicaria por que fiquei tão impressionada. O autor soube trazer essa técnica doida para a realidade brasileira, culturalmente falando, com regionalismo bem dosado. Incrível!
E eu não vou dar a sinopse, porque nada que eu diga aqui vai dar a noção real do que é esse livro. Peço apenas que confiem na minha palavra e leiam.
É mais um sci-fi perfeito para a literatura brasileira contemporânea e eu só tenho a agradecer a quem me indicou essa leitura (e se não cito nomes é porque não me lembro mesmo!).
E para quem ler e gostar de "Onde kombi alguma jamais esteve", saiba que o autor está escrevendo prequel e já tem em mente uma continuação. Além disso, histórias paralelas dos personagens aparecem em outros contos já publicados.
Vou deixar o link para alguns deles que podem ser comprados na Amazon a seguir.
Gilson Cunha é Escritor Saifers BR
Gilson Cunha é biólogo, doutor em genética e biologia molecular pela UFGRS, além de escritor, ele também tem alguns canais de entretenimento. No Instagram e no Youtube, com o canal Café Neutrino. No canal ele desvenda algumas curiosidades científicas, fala de sci-fi e faz passeios aos sebos num quadro muito divertido.
Vale a pena conferir!
Nenhum comentário:
Postar um comentário