Não são mais multidões fazendo barulho lá fora (pelo menos em princípio). O mundo de gente que se sente excluída e injustiçada repousa (mais ou menos) “sossegada” em suas casas atrás de uma tela.
Mas a tela mudou. Ela já não é mais (apenas) aquela que tudo “ensina”. A tela que hoje reflete o “mundo real” com todas as suas opiniões e saberes diversos. Ela pergunta, responde, justifica, provoca, faz encontrar, compartilha. Esta “nova” (nem tanto) tela também pede, mas principalmente chama e convoca. E silenciosamente uma nova ordem se forma.
Comunidades antes excluídas, têm agora a possibilidade de colocar os seus problemas em pauta. Um mundo de gente descontente com o “sistema” se encontra silenciosamente e se organiza. Civis lutando por uma sociedade mais justa tomam a Wall Street - Resultado? “Estimulado pelo movimento Occupy Wall Street, os protestos começaram na Nova Zelândia, passaram pela Europa e voltaram a Nova York, seu ponto inicial.”.
O exemplo anterior parece muito distante? Então veja este:
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E o ciclo se fecha quando o Balanço Geral, programa sensacionalista, mas não menos importante, leva o assunto para a TV aproveitando o momento para protestar contra o comércio de animais de raça.
O problema dos animais não foi resolvido (ainda), apesar da interdição do canil. Mas as pessoas, antes vista como loucas por se preocuparem com animais, sentiram-se vitoriosas, já sabem do poder que têm nas pontas dos dedos. Não houve barulho, trânsito parado, “tumulto”, nada disso. Mas algo importante aconteceu aqui.
O mundo nunca mais será o mesmo.