terça-feira, março 16, 2021

Resenha de O livro do juízo final, por Connie Willis

 

Um livro tenso, intenso e favoritado! “O livro do juízo final”, de Connie Willis, acaba de entrar para a minha lista de favoritados. Levei um ano pra decidir ler achando que o problema dele fosse a pandemia, mas o drama vai muito além.



Em um futuro não muito distante, as universidades têm acesso a um dispositivo para viajar no tempo e fazer pesquisas no passado. Kivrin, a protagonista, é uma estudante de história em Oxford, na Inglaterra, apaixonada pela sua área de estudo, tem o sonho de ver com seus próprios olhos o início do século XIV.

Por meio da paixão da personagem pelo seu trabalho e período histórico, Connie Willis discute os mais diversos temas, sendo o principal a amizade. Vários personagens se envolvem em situações que “não precisavam”, mas optam por serem solidários, leais, humanos. Esses valores estão muito presentes e vão nos conquistando e nos envolvendo cada vez mais.

Sobre o período histórico, é muito interessante conhecer melhor a vida naquele tempo, somos de verdade transportados com Kivrin. As reações dela são muito próximas das que a gente teria. É diferente quando lemos um romance histórico, Kivrin é do futuro, ela se escandaliza e observa aquele universo de outro ponto de vista. 

Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo neste livro, várias coisas irritantes, outras bizarras e as 570 páginas são muito bem exploradas. A história tem poucos plots, mas tem perguntas inquietantes que a gente fica nervoso pra saber logo o que aconteceu. E a autora vai entregando cada uma lentamente, como uma boa história deve ser.

O modo como a Connie Willis “costura” as suas tramas é muito legal. Já tinha visto isso em “Interferências”, outro livro dela que recomendo muito. Ela não dá ponto sem nó, e o leitor atento vai se sentir desafiado a pescar as poucas pistas que ela deixa pelo caminho. A escrita é muito fluida, avancei páginas e páginas sem perceber.


O final é arrebatador, triste, mas muito bonito. O fechamento final do final é bem satisfatório. Me fez pensar: Ok! Pelo menos isso.

🚫 Acredito que algumas situações podem ter gatilhos: perdas dramáticas e, a história se passa em 1300, tem o lance do casamento arranjado com meninas muito jovens - me deu agonia. Mas, é tratado com muito cuidado.

Um livro com viagem no tempo que me fez pensar que sabemos histórias do passado, mas é diferente quando a gente se envolve. Foi a mensagem que captei com essa leitura.


Alguém aí já leu esse livro?

Tem algum período histórico, local, que você gostaria de visitar?


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quarta-feira, março 10, 2021

Resenha de A jornada do escritor, estrutura mítica para escritores

Qual é a do “A jornada do escritor”? Este livro é bem conhecido entre escritores e aspirantes, ou a curiosos da escrita criativa, como eu. Mas, o que esperar deste livro do Sr. Christopher Vogler?


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Resenha de “A jornada do escritor: estrutura mítica para escritores” por Christopher Vogler


Ele usa as teorias da “jornada do herói” do Joseph Campbell. Um cara que estudou histórias e mitologias desde os primórdios e identificou um padrão: arquétipos e “rumos” que estão presentes em praticamente todas as histórias contadas ou escritas.

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Vogler estudou esse padrão e o adaptou para escrever bons roteiros e contar histórias apaixonantes e rentáveis no cinema. O sucesso foi grande e ele então escreveu esse livro para ganhar dinheiro com essa “sacada”. 

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Isso invalida o livro? Não. Invalida para escritores de livros? Tão pouco.


A contação de histórias independe da mídia, se escrita, visual ou “audível”. Todas são uma pilha de acontecimentos com causas e consequências e viradas que prendem ou não a atenção do público. 

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Então, conhecer o que vem sendo usado desde sempre pela humanidade e o que Hollywood faz para ganhar dinheiro é útil. Um escritor de livros é tão “contador de histórias” quanto o roteirista ou o criador de conteúdo que trabalha com Storytelling.

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Porém, como a experiência do Vogler é com cinema, seus exemplos são de filmes clássicos que qualquer cinéfilo conhece. Não é o meu caso, então algumas aplicações não me serviram, porque não sabia do que ele estava falando. 


Apesar disso, achei a leitura bem enriquecedora. Conhecer os arquétipos, a história dividida em três atos, pontos recorrentes de virada, faz com que a gente entenda as escolhas dos contadores de histórias. O que para os escritores pode ser uma excelente forma de fugir dos clichês (ou não, dependendo da sua intenção).


Acho que essa é a grande importância desse livro, dissecar a história tecnicamente armando o escritor para fazer as suas escolhas.

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Quero escrever livros, vou achar “A jornada do Escritor” útil?


Acredito que um escritor deve estudar tanto quanto qualquer profissional, conhecer as ferramentas e quais se adequam melhor para fazer um bom trabalho. Está nas mãos deles saber quais elementos funcionam ou não para entreter o seu público. E se ele não conhecer, como vai evitar? Ou usar?


Existe o “mito” de que nas artes a inspiração basta, mas raramente um artista alcança o sucesso sem conhecimento, treino e muito trabalho. Levando em consideração que um livro técnico não é um guia a ser seguido à risca, nem deve concordar com os nossos preceitos, é fonte de conhecimento. Neste sentido, o autor entrega o que promete.



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