“Prelúdio à Fundação” é o primeiro livro da saga Fundação, para quem optar por ler essa série pela ordem cronológica. Ele não é o primeiro livro escrito neste universo. Asimov começou com a trilogia da Fundação, e depois escreveu prequels e sequels (ou seja: livros que contam histórias antes e depois da trilogia).
A história da Fundação é bem interessante. A trilogia principal, que é a mais conhecida, premiada e etc, iniciou como contos publicados numa revista de Ficção Científica dos Estados Unidos. O sucesso desses contos foi tão grande, que o agente do autor resolveu reuní-los nesses três livros: Fundação, Fundação e Império e A Segunda Fundação, os quais formam a trilogia.
Quem chega desavisado na obra do Asimov, geralmente lê a trilogia primeiro. As reações comuns são: estranheza, porque parecem histórias desconectadas a princípio, sente-se falta de um background, muitos amam e outros detestam. Talvez pela controvérsia, pela oportunidade de ganhar mais, ou porque o universo é rico demais e os personagens poderiam estar atormentando o autor… Ele então escreveu esses livros que completam e aprofundam a história contada nos contos da trilogia.
E eu, que tinha começado a ler errado essa saga, e não tinha gostado muito, achei fantástico e adorável da parte dele ter escrito esses outros livros. Isso porque “Prelúdio à Fundação” não só aprofunda e complementa esse universo, como traz uma história muito mais interessante. Asimov está mais maduro e experiente quando o escreve, o que resultou num trabalho belíssimo.
O autor aproveita esses novos capítulos, inclusive, para conectar a saga dos robôs à da Fundação. E esse foi o segundo motivo pelo qual a decisão foi muito acertada. Essa conexão entre as histórias foi feita de forma magistral, o que enriquece ainda mais tanto uma quanto outra saga.
Prelúdio à Fundação tem, portanto, o papel de conectar as sagas e aprofundar o momento político do império em que Hari Seldon, o grande salvador das histórias na trilogia, seja apresentado de forma mais apropriada. Conhecemos toda a sua história, desde a chegada a Trantor, como ele chegou aos poderosos que deram crédito e espaço para que ele construísse o seu plano para salvar o império.
Obviamente não posso dar detalhes sobre como isso foi feito, porque daria spoilers muito indesejados. O que posso dizer a vocês é: leia Isaac Asimov na ordem indicada neste outro post: Guia de leitura para ler Isaac Asimov.
Outra dica, se me permitem, não dê intervalos muito longos entre um livro e outro, principalmente se você for esquecida como eu. Fica muito melhor se a gente tem toda a história prévia fresquinha na memória.
Asimov é perfeito e sempre nos ajuda a lembrar, dando o contexto, relembrando personagens, mas mesmo assim, o texto é tão sutil, cheio de detalhes, que vai ser bem melhor ler quase que direto todos os livros. É uma jornada longa, mas muito prazerosa. Ler essa saga é ter contato com o que de melhor já se escreveu nos tempos áureos da ficção científica.
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